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Editorial - 02
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Cartoon

 

 

A Tapada da Escola José Régio

José Janela
Agrupamento de Escolas N.º 1 de Portalegre

A EB 2,3 José Régio, em Portalegre, tem a envolvê-la um terreno murado bastante amplo, a Tapada da Escola. É um terreno com uma área de mais de 2 hectares. No seu interior existem muitas dezenas de sobreiros (constituindo de 9 em 9 anos uma receita extra para a escola…), mas também se podem encontrar muitas outras espécies de árvores, arbustos e outras plantas, bem como uma importante variedade de fauna.

É um luxo uma escola ter ao seu dispor um espaço destes. As potencialidades que oferece são enormes. Daí ser um local onde se realizam várias actividades relacionadas com as árvores, a floresta, o ambiente e a educação ambiental.

De há alguns anos a esta parte tem havido comemorações do dia da árvore, dia do ambiente e do dia da floresta autóctone na Tapada da Escola. São iniciativas conjuntas do Agrupamento de Escolas nº 1 de Portalegre com o Parque Natural da Serra de São Mamede, a QUERCUS – Associação Nacional de Conservação da Natureza, com o apoio do Município de Portalegre e da Junta de Freguesia da Sé.

Nessas iniciativas plantam-se exemplares de várias espécies como Sobreiro (Quercus suber), Azinheira (Quercus Rotundifolia), Carvalho Negral (Quercus pyrenaica Will), Carvalho português (Quercus faginea), Carvalho alvarinho (Quercus roble), Freixo (Fraxinus angustifolia), Castanheiro (Castanea sativa), Azevinho (Ilex aquifolium) Medronheiro (Arbutus uned), Folhado (Viburnum tinnus), Alecrim (Rosmarinus officinalis), Rosmaninho (Lavandula stoechas), Rosmaninho (Lavandula pedunculata), Roseira brava (Rosa canina) ou Murta (Myrtus communis).

Nessas iniciativas já houve também a libertação de animais selvagens (principalmente aves de rapina), recuperados de ferimentos, na Tapada da Escola aproveitando a presença de crianças, jovens, professores, auxiliares, pais e outros membros da comunidade educativa. A localização da Tapada, na fronteira entre a cidade e o campo, é considerada como favorável à libertação de aves de rapina, pois não colidirá com áreas de outros animais selvagens já estabelecidos e será um ponto para posterior dispersão.

Como professor também utilizo a Tapada nalgumas aulas. A saída das quatro paredes da sala de aula, o caminhar ao ar livre e o contacto com a natureza constituem, à partida, um estímulo essencial para a educação ambiental dos jovens.

É possível chamar a atenção para o ambiente em que os alunos vivem, para as rochas, o solo e para todo o tipo de seres vivos que podemos encontrar, desde pequenos insectos a imponentes sobreiros, passando pelas marcas deixadas por mamíferos (como coelhos), aves de rapina.

Já se deu a conhecer os medronhos a muitos alunos que nunca os tinham provado (é paradoxal que haja tantos medronhos à volta da cidade que caiam ao chão sem que ninguém os colha e que se gaste dinheiro a comprar fruta vinda às vezes do outro lado do mundo). É difícil é fazer com que os alunos parem de comer medronhos e os deixem para as turmas seguintes…

No Outono de 2010 foi possível identificar mais de uma dezena de espécies diferentes de cogumelos. A identificação utilizando guias de bolso foi uma actividade que entusiasmou muito os alunos do 8º ano.

Nas aulas de substituição também já me aconteceu levar os alunos (que eu não conhecia) à Tapada. Numa dessas ocasiões uma aluna disse-me, no final, que tinha sido a melhor tarde da vida dela. Foi gratificante.

A Tapada da Escola está também à vossa disposição para uma visita, ou para participarem numa actividade que nela ocorra!