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Ser Professor é ser eternamente Aluno?! - Testemunho de uma experiência enquadrada no Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida (Comenius)

Margarida Malhado
Agrupamento de Escolas N.º 2 de Elvas

Muitas páginas já foram escritas sobre o que é ser professor, sobre quais as implicações que a profissão traz e sobre a missão e o papel deste no processo de ensino e aprendizagem. Na verdade, são várias as respostas para essas questões, as quais oscilam consoante as ideologias e as épocas em que foram proclamadas.

A imagem do mestre, considerando o professor como um herdeiro legítimo do escrivão, caracterizou, durante um determinado período, esta profissão, sendo também o mesmo identificado como o legatário do monge, o pleno detentor do conhecimento.

Actualmente, verifica-se uma alteração do conceito, pois, ser professor, hoje, implica uma constante actualização de conhecimentos, uma angariação incessante de saberes, uma procura frenética de novas informações, que lhe permitam acompanhar a sociedade e o sistema de ensino em que está inserido. Neste sentido, é necessário que o professor esteja sempre interagindo com o que se passa ao seu redor e no mundo, e se mantenha actualizado em relação às inovações sociais, culturais, científicas e políticas. Para tal, o professor precisa de encontrar uma definição para o que faz, proporcionando, assim, novos sentidos para o fazer dos seus alunos. Ao procurar essa postura, o professor deixará de ser um mero transmissor de conhecimentos, transformando-se num organizador do conhecimento e da aprendizagem.

Terá sido neste âmbito, que surgiu o programa Aprendizagem ao Longo da Vida, nomeadamente o seu programa sectorial Comenius, o qual apresenta como um dos seus objectivos impulsionar o desenvolvimento profissional de todos aqueles que trabalham na rede educativa, através do apoio a projectos de cooperação transnacional e actividades de mobilidade.

De facto, este programa permitiu-me conhecer uma realidade diferente, adquirir novos conhecimentos e crescer a nível pessoal e profissional, tendo sido, sem dúvida, uma das experiências formativas mais enriquecedoras que vivi até hoje. Esta experiência partiu de uma bolsa de formação contínua que me foi atribuída pela Agência Nacional, a qual me permitiu frequentar o curso “Methodology and Language for Primary Teachers”, na Universidade de Kent, em Canterbury, Inglaterra. Os conteúdos abordados, no curso em questão, relacionaram-se fundamentalmente com a apresentação de novas metodologias utilizadas no ensino de uma língua estrangeira, a crianças com idades compreendidas entre os 6 e os 12 anos. Neste sentido, o curso ofereceu não só uma vertente teórica, através de exposições feitas pela formadora, mas também uma componente prática, que aos formandos resultou essencial na hora de adquirir os conhecimentos de uma forma mais real. Foram desenvolvidos vários temas, como gestão de sala de aula, adaptação de materiais, técnicas de ensino lúdico, através de músicas, jogos e histórias, actividades de TPR (Total Physical Response), exercícios de desenvolvimento das quatro competências (skills) e, também, a utilização de novas tecnologias no ensino da língua alvo. Quanto às metodologias utilizadas, destaco a diversidade com que a formadora nos presenteava diariamente, na medida em que a mesma recorreu a todo o tipo de didácticas, desde trabalho/discussões em pequenos e grandes grupos, brainstorming, dramatizações, exercícios de recepção e produção de todas as competências, entre outras. Para além das aulas diárias com a formadora, o curso em questão também incluía uma série de actividades culturais, pedagógicas e educativas, ministradas por professores convidados e sob a forma de workshops.

O destaque que dou a esta experiência, no meu percurso profissional, justifica-se por ter renovado o meu interesse pela disciplina que leccionava, por me ter ajudado a reflectir criticamente sobre os meus métodos de ensino e, também, por me ter incentivado a implementar uma dimensão internacional no trabalho da escola onde leccionava naquele ano.

Para além do referido, gostaria de dizer que esta experiência formativa foi ao encontro das minhas necessidades de formação contínua e motivou-me a participar noutras actividades de formação no futuro.

É por tudo o que atrás foi dito que considero que ser professor é ser eternamente aluno!