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Intercambio entre o Agrupamento de Escolas de Arronches e IES Luz de Luna de Albuquerque - Portugal – 17, 18, 19 e 20 de Abril

Ana Maria dos Reis e João Garrinhas
Agrupamento de Escolas de Arronches

No âmbito do projeto Realce decorreu entre os dias 17 e 18 de Abril o intercâmbio entre o Agrupamento de Escolas de Arronches e o I.E.S. Luz de Luna de Albuquerque.

Nos dois primeiros dias os alunos de ambos países tiveram a oportunidade de conhecer a realidade histórico ou geográfica da raia portuguesa, nomeadamente os traços mais marcantes das tradições, arquitetura e história. Conheceram um território que foi construído por sucessivos momentos de união, intercalados por episódios bélicos, tantas vezes decorrentes de interesses geoestratégicos europeus. Nos momentos de paz, este espaço de fronteira foi um importante corredor de trocas comerciais, mais ou menos clandestinas, através de contrabando, que alimentou muitas famílias e estruturaram o perfil produtivo e económico de muitos concelhos de raia portuguesa e espanhola. Território cedo ocupado pelo homem, como comprovam as pinturas rupestres da freguesia da Esperança, concelho de Arronches.

Neste âmbito, nos dias 18 e 19 os alunos tiveram a oportunidade de realizar um percurso pedestre pela vila de Arronches, para conhecerem os principais monumentos desta vila raiana, e mergulharam pelas estreitas ruas da vila altaneira de Marvão, visitando o seu importante reduto defensivo. Em Elvas conheceram um dos mais importantes sistemas abaluartados do mundo, principal praça-forte do país, baluarte da defesa da nacionalidade. Numa terra de gente forte, que sempre se deparou com grandes adversidades, conheceram o Museu do Café em Campo Maior, e a história de um homem, Rui Nabeiro.

Neste percurso pela história e pela geografia do território de fronteiras, surgiram os primeiros intercâmbios linguísticos e o cimentar de novas amizades entre os alunos portugueses e espanhóis, O que os muros e as muralhas ao longo dos séculos separaram, a sociedade do conhecimento e os sistemas educativos tendem a aproximar. As aulas de Língua Portuguesa, construídas pelos alunos anfitriões, foram um espaço de promoção da língua portuguesa e de apresentação da cultura contemporânea local e nacional. Um espaço de convívio que se aprofundou, com a participação dos alunos do intercâmbio, numa aula de educação física de natação.

 

Fotografia 1 – Percurso Pedestre por Arronches – Matriz de Arronches

 

Fotografia 2 – Visita ao Castelo de Marvão

 

Fotografia 3 – Visita às Pinturas Rupestres de Arronches

 

Fotografia 4 – Aula de Língua e Cultura Portuguesa 8º A

 

Fotografia 5 – Aula de Educação Física de Natação

 

Fotografia 6 – Visita ao Museu Militar de Elvas

 

Fotografia 7 – Visita ao Sistema Abaluartado de Muralhas de Elvas

A segunda parte deste intercâmbio entre alunos portugueses e espanhóis do Projeto REALCE decorreu em Lisboa. A viagem a capital portuguesa serviu para que os alunos conhecessem os símbolos mais identitários da cultura portuguesa.

Meio fundamental para a difusão da língua e cultura do país é a Radio Televisão de Portugal (RTP). Os alunos tiveram a oportunidade de assistirem à produção de conteúdos em rádio e em televisão em português, visitando os estúdios de produção. No museu da RTP viram a história da Rádio e da Televisão e experienciaram como se realizam diversos programas em estúdios de televisão: http://www.ebiarronches.com/index.php?option=com_content&view=category&id=107&Itemid=95

Na cidade capital que deu novos mundos aos mundos os alunos, os alunos visitaram o Museu do Coches, coleção de D. João V. No Mosteiro dos Jerónimos e Torre de Belém, Patrimónios da Humanidade, entraram num mundo de simbolismo marítimos, plasmado na arquitetura manuelina. Nos Jerónimos encontram-se os corpos de figuras tão marcantes da cultura português como Fernando Pessoa, Vasco da Gama ou Luís de Camões. Pisaram Belém, donde partiram as caravelas, e se difundiu a cultura e a Língua Portuguesa pelos diversos continentes. Barcos que trouxeram riquezas e especiarias, do outro lado do mundo, e que hoje polvilham os famosos pastéis, que os alunos tiveram a oportunidade de degustar. Percecionaram a contemporaneidade da pintura portuguesa, europeia e mundial patente na Coleção Berardo no Centro Cultural de Belém, espaço contestado, mas progressivamente assimilado pela população, edifício sede da primeira presidência portuguesa da União Europeia.

A subida ao Castelo de São Jorge permite a visualização de uma imagem deslumbrante sobre a cidade de Lisboa. No sítio donde remonta a origem de Lisboa, podemos conhecer o crescimento da cidade das sete colinas, com testemunhos romanos, árabes, dos primórdios da nacionalidade. A Lisboa cujo Rossio foi o campo das feiras e dos mercados dos arrabaldes. Espaços de orografia plana, no sopé do castelo, drenados, por donde cresceu a cidade capital do império durante o século XV, XVI,XVII e XVIII, cujo poder se centrava num terreno onde se localizava o Paço. A cidade repleta de palácios, igrejas e teatros, onde no Rio Tejo sedeavam imensos barcos e caravelas, no dia 1 de Novembro de Novembro de 1775, é destruída por um dos mais fortes terramotos, seguido de tsunami. Marques de Pombal, o todo-poderoso ministro de José, ordena enterrar os mortos e planeia a reconstrução da cidade de Lisboa. Uma construção que seguindo os princípios do iluminismo francês introduz pela primeira no mundo mecanismos antissísmicos nos edifícios e a malha de construção ortogonal. É no espaço construído por Pombal que se desenvolve a vida cultural e artística da Lisboa do século XIX e XX. Em seis meses é construído o Teatro de São de Carlos, cujo nome advém do santo da Rainha Carlota Joaquina, Mulher de D, João VI que o manda construir por sugestão do intendente Pina Manique que considerava importante a construção deste espaço de cultura e socialização para reduzir a criminalidade na cidade de Lisboa. O embarque a família real em 1808 para o Brasil faz com que pouco frua do teatro da música e da ópera de Lisboa. Mas a Baixa, como é conhecida a Lisboa de Pombal, e o Chiado são os cenários donde decorre a vida de muitas das personagens criadas por grandes escritores portugueses como Eça de Queirós e Fernando Pessoa. Espaços de cultura e ruas repletas de história por onde passearam os alunos. Em São Carlos assistiram aos ensaios da Orquestra Sinfónica de Lisboa.

As novas áreas funcionais da cidade a norte e oriente onde se encontram as sedes das grandes empresas nacionais e multinacionais, os modernos centros comerciais e os grandes espaços desportivos em torno da segunda circular e zona oriental da cidade foram visitados pelos alunos através de um percurso de autocarro. O Parque das Nações foi disfrutado e fruído pelos alunos em passeios ao longo do Tejo ou em visitas aos centros comerciais.

Nos dias em que alunos espanhóis permaneceram em Portugal ficaram alocados nas “Casas de Abrigo” existentes no conselho de Arronches, disponibilizadas, pela autarquia de Arronches, e tomaram as suas refeições no refeitório da sede do Agrupamento de Escolas de Arronches.