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A Escola. Que Futuro?
Fátima Pinto A Escola tem, como papel essencial, oferecer uma educação integral para a formação do cidadão enquanto membro de uma comunidade. Repetidas vezes se afirma, dentro e fora do sistema educativo, que a escola enfrenta o grandioso desafio de se adaptar e de preparar os seus alunos para a mudança. Mas a mudança não pára e, com a universalização da escolaridade obrigatória em Portugal, o aumento da massa estudantil escolarizada forçou a Escola a diversificar o serviço e a oferta educativa. A disponibilidade permanente da informação e do conhecimento, a especialização e interdependência dos saberes, as novas dinâmicas sociais e económicas, entre múltiplos factores, introduzem a necessidade da Escola ser pensada e repensada numa outra perspectiva, que terá obrigatoriamente de se virar para o desenvolvimento de competências, de permanente construção da aprendizagem e de aplicação intencional do conhecimento.
A requalificação e modernização das escolas secundárias ajudou a responder ás exigências hodiernas. A expansão do ensino secundário profissional permitiu criar pontes com o mundo do trabalho, envolvendo o mercado empresarial na comunidade estudantil, voltando um pouco, às escolas comerciais e industriais de antigamente.
No entanto… A Escola, ainda, não criou empatia com os alunos.
As Escolas não se devem esquecer que são centros de formação, de desenvolvimento do potencial humano. Nelas se formam os homens e mulheres que constituem as sociedades. A Escola tem portanto uma responsabilidade social acrescida, que deve ser reconhecida e partilhada por todos.
Mas… como podemos e devemos cativar os alunos?
Ainda estamos longe de afirmar que nas escolas existe igualdade de oportunidades. Ao longo dos últimos anos as políticas educativas orientaram-se no sentido de proporcionar uma escola para todos. A pergunta que se põe é: A Escola deve ser inclusiva ou selectiva? A igualdade de oportunidades não tem de ser antagónica com a selectividade. Os jovens a Escola e as famílias devem saber reconhecer as competências diversificadas dos alunos e orientar a vida académica dos mesmos. Para que seja feito esse reconhecimento, o Currículo Nacional de Competências Essenciais para o ensino básico tem de ser revisto e aplicado de uma forma mais prática. Se o jovem sentir empatia com os curricula e se envolver com eles, o professor poderá ser mais exigente e as aulas tornar-se-ão mais tranquilas e disciplinadas. Os programas continuam extensos, repetidos nas diversas áreas disciplinares, pouco claros e dispersos por vários temas. As alterações curriculares dos últimos anos não provocaram alterações nas atitudes e comportamentos dos jovens face à sua aprendizagem.
As alterações curriculares, do ensino básico, devem obrigar os jovens a fazer e a saber fazer. O jovem de hoje necessita de aprender a ser um cidadão de direitos e de deveres, necessita de ter uma cidadania activa. As alterações devem passar, não só, pelo aumento da carga horária do português e da matemática, mas pela criação de disciplinas de carácter prático.
Até ao oitavo ano de escolaridade o jovem deve saber ler, escrever, contar, ter noções de economia financeira, de anatomia e fisiologia do corpo humano (aulas práticas de socorrismo), noções de electricidade de costura de cozinha e de tecnologias de informação entre tantos outros saberes práticos e aplicáveis ao dia à dia. A escola deve fazer formação em várias áreas, tais como: Intelectual – o aluno deve saber ler e contar; Profissional – o aluno deve saber e saber fazer; Ética - o aluno deve saber ser e estar.
No ensino secundário que seria ministrado em 4 anos, o aluno aprofundava os saberes práticos com conhecimentos e teorias. No primeiro ano do secundário faria exame de competências intelectuais para ser canalizado para a via de ensino mais adequada aos seus saberes e competências.
Torna-se pois imperioso que a escola promova uma cultura de gestão da qualidade, repensando a sua estrutura organizativa, as suas práticas e os seus modelos.
No que diz respeito aos professores, o profissional de educação necessita de tempo para delinear estratégias adequadas a cada ano e a cada grupo. Necessita igualmente de formação real e adequada ás práticas que pretende implementar.
As Escolas estão avaliadas, os currículos e as práticas pedagógicas não!
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