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Os Hércules da modernidade
João Brás Quer se seja educando, educador, professor, ou até ministro, em cada novo ano escolar que principia, inicia-se uma tarefa ciclópica, dir-se-ia mesmo uma inglória tarefa hercúlea. O rei Euristeu que no-lo demanda é a vontade que habita o propósito individual de fazermos e darmos o nosso melhor, sempre convictos de que alcançaremos a proeza. O insucesso é o Leão de Nemeia que precisamos aniquilar. Se ou quando o conseguirmos, envergaremos o manto do nosso contentamento. A falta de motivação, qual monstro de inúmeras cabeças, é a nossa Hidra de Lerne. Neste caso, a questão é: como acabar com as que já existem e impedir que outras renasçam? É nesse momento que nos preparamos para capturar o Javali de Eurimanto, isto é, deseja-se banir a inércia que devasta, não as terras da Arcádia, mas o perímetro das mentes inativas. Segue-se a caçada à Corça de Cerineia, qual animal mágico, procuramos cativar e manter viva a Esperança de que não há objetivos inalcançáveis. E prosseguimos. Vêm agora as aves do Lago Estínfalo, que também há que eliminar. Poderemos considerar como tal todos os constrangimentos com que nos deparamos e a exigência de fazermos mais e melhor, com cada vez mais parcos recursos, diminutas verbas e escassos apoios. Que sino de bronze nos ajudará a afastar todas estas “aves”? Talvez só o esforço coletivo e a vontade maior de construirmos os tempos que hão de vir. Não, não queremos vir a ser como Hércules, admitidos pelos Deuses nos Céus, basta-nos saber que, conjuntamente, é sempre possível desbravar, traçar e aperfeiçoar os caminhos que conduzem ao futuro.
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