As bibliotecas inscrevem-se na nova antropologia da modernidade, um espaço «não lugar», utilizando um conceito de Augé (2005), um lugar de passagem, com uma identidade própria dos «passageiros em trânsito». Os alunos que todos os dias visitam a biblioteca reconhecem-lhe a identidade, a geografia própria de uma biblioteca organizada por espaços definidos, no entanto urge multiplicar este espaço, utilizando o conceito do «não lugar» e de uma extensão própria da tecnologia: uma biblioteca diversificada num tablet, ereader, requisitável por dias.

Este projeto é exploratório e vem na sequência das acções já desenvolvidas pela equipa da biblioteca procurando dar resposta aos diferentes perfis de leitores e aprendentes. Trata-se de um campo a explorar, que aposta na formação de alunos e professores para a literacia (um workshop por turma) e para a leitura de todo o tipo de textos, pelo que pretendemos utilizar ebooks das diferentes áreas do conhecimento. Uma «biblioteca em permanência», utilizando um conceito da saúde, portanto disponível sempre em número de volumes e com «cuidados continuados» utilizando os canais de comunicação com a professora bibliotecária e equipa, em presença ou nas redes sociais, como já é hábito.

As sessões de divulgação, as leituras domiciliárias fazem parte do projeto e da acção normal da biblioteca escolar, tal como os eventos que promovam a leitura e encontros com escritores. Assim, propomos o reforço no «apoio domiciliário» de livros e obras diversificadas, mantendo as mesmas em impresso. O apoio ao currículo surge como uma biblioteca disponível de várias áreas do conhecimento, tendo como objectivo a leitura de outros textos, de carácter científico.

Pretendemos avaliar comportamentos, mas também entender os «leitores» e acompanhar o percurso da «extensão da biblioteca». O primeiro ciclo de pilotagens decorreu entre Setembro e Dezembro e compreendeu: formação e animação à leitura bem como um serviço de acompanhamento designado de: «Coaching de Leituras» que consiste em discutir as leituras realizadas periodicamente com a equipa da biblioteca escolar, claro que exige que a equipa conheça as obras para conseguir realizar as tarefas e fazer um acompanhamento personalizado. Foi realizado também um encontro de partilha de leituras.

Paralelamente os livros «tradicionais» foram chegando em forma de «novidades» e dados a conhecer em ambiente informal e de sala de aula. Muitos do alunos seleccionaram obras em papel, mas ficaram curiosos em «levar estantes de livros» para casa e solicitaram tablets para o período de interrupção lectiva.

Os mesmos alunos e porque a recepção aos escritores também faz parte do projecto, participaram ativamente no encontro com o professor Fernando Pinto do Amaral, quer nas leituras quer nas questões relacionadas com livros e leituras.

As principais dificuldades deste tipo de projectos são ao nível da implementação e da falta de estrutura de apoio, uma vez que estamos em experiências. As compras de tablets e ebooks que se tornam morosas, pois estão vocacionadas param o consumo de índole pessoal e não ajustadas a bibliotecas. O tempo despendido para organizar software e preparação de formação para os alunos e investimento por parte da equipa da biblioteca escolar. A organização de catálogos exige também tempo, tal como a sua divulgação. Disponível em:

 http://biblioteca-escm.blogspot.pt/2012_10_01_archive.html

A opinião dos participantes é francamente positiva, reconhecendo os tablets como uma mais-valia e boa experiência nas leituras, no entanto, consideraram que às vezes é difícil concentrar-se muitas horas no ecrã, o único ponto que mereceu atenção. A experiência foi muito positiva para todos.

Animação à Leitura

Histórias Daninhas…para ler depressa.

Livro: Escolhido!

A experimentar…

Formação

Equipa: 1º ciclo de pilotagem.