PROFFORMA

REVISTA ONLINE DO CENTRO DE FORMAÇÃO
DE PROFESSORES DO NORDESTE ALENTEJANO

 

 

 

 

 

CEFOPNA - Plano de formação 2017-2018 – Candidatura ao POCH

Francisco Simão e Luísa Moreira
CEFOPNA

A Resolução do Conselho de Ministros n.º 23/2016 vem criar O Plano Nacional de Promoção do sucesso Escolar, tendo em consideração que Constituem princípios centrais da política educativa do XXI Governo Constitucional a promoção de um ensino de qualidade para todos, o combate ao insucesso escolar, num quadro de valorização da igualdade de oportunidades e do aumento da eficiência e qualidade das instituições públicas.

O PNPSE vem, e consideramos que oportuna e justamente, reforçar a necessidade de não só se promover a igualdade no acesso à Educação mas, também, ao sucesso da educação. Para além da igualdade no acesso educação, é necessário olhar a equidade dos processos. Impõe-se, assim, encarar a sala de aula – porque é o espaço onde as aprendizagens maioritariamente ocorrem – de forma mais ativa e diferenciada, privilegiando processos que, para além de promover o sucesso, promovam a equidade onde assenta a verdadeira essência de uma sociedade humana e democrática. Colocam--se novos desafios que exigem novas respostas e é, exatamente, na construção de novas respostas que surge a necessidade de formação.  O plano de formação de cada CFAE (Centro de Formação de Associação de Escolas) surge para dar resposta às necessidades de cada escola, de cada professor também. As escolas foram convidadas (ousamos dizer desafiadas) a construir o seu plano de ação estratégica. No fundo, foi dada a cada escola agrupada e não agrupada a possibilidade de se pensar, de se questionar e de definir o seu caminho, as suas prioridades, rumo ao sucesso. A pergunta, generalista, é no fundo, uma só: - O que precisamos para construir o sucesso educativo de todos?

Obviamente, sabemos todos que não só dos professores depende o sucesso. Mas sabemos, cum saber de experiência feito, que é um fator determinante a ação do mesmo.

O CEFOPNA apresenta, assim, o seu plano de formação construído com base nos projetos de cada escola que o constitui, consciente da pertinência e relevância do mesmo na efetivação da transformação de práticas que todos desejamos.

Da fundamentação do Plano de Formação

1.

O XXI Governo Constitucional, indo de encontro à necessidade contextual de intervir na organização estratégica do processo Educativo e formativo a decorrer nas nossas escolas, visando reformular a capacidade e a autonomia das mesmas para diagnosticarem as suas próprias debilidades e carências, e definir formas de intervenção e correção adequadas e contextualizadas, passando, também, pelo diagnóstico de necessidades de formação dos agentes educativos envolvidos, publicou a Resolução do Conselho de Ministros nº 23/2016, em que é instituído o Programa Nacional de Promoção do Sucesso Educativo (PNPSE), sendo criada a Estrutura de Missão, coordenada pelo Dr. José Verdasca.

E é nesta sequência que surge a necessidade do presente Plano de Formação 2017/2018, do CEFOPNA, consubstanciado no projecto que agora se apresenta e que foi submetido ao Eixo Prioritário 4 do POCH, e que visa enquadrar o essencial das propostas formativas dos Planos de Ação Estratégica (PAE) elaborados pelas escolas e agrupamentos de escola associados do CEFOPNA, com base nos diagnósticos e projectos aí definidos.

Naturalmente que não compreende a totalidade do que aí se preconiza. Tivemos em conta a limitação de recursos que nos é imposta pelo contexto que vivemos e o que está determinado nos prazos e condições definidos no AVISO Nº POCH-67-2017-03, assim como a realidade orgânica do CFAE que se traduz em:

Concelhos:     Arronches, Campo Maior, Castelo de Vide, Elvas, Marvão, Portalegre (6);

UO:                  10 (9 Agrupamentos de Escola e 1 Escola Secundária);

Região de convergência: Sim;

Docentes:       +-1050;

Professores previstos em formação para 2017/2018: 50%;

Cursos:            cerca de 24;  

Turmas:          cerca de 37;

Volume de formação: cerca de 15000 h;

Financiamento previsto: cerca de €89000

Este Plano de Formação agora proposto para o território educativo do CEFOPNA e aprovado pelo Conselho de Diretores da Comissão Pedagógica, tal como está definido concetualmente no PNPSE:

·       Enquadra-se no PAE de cada Escola/Agrupamento e está diretamente relacionado com as metas aí definidas, em particular no que se refere ao projeto estratégico de formação e aos objetivos contratualizados pelos TEIP abrangidos nos seus Projetos Estratégicos de Melhoria;

·      Está contextualizado com o trabalho quotidiano do professor, prevendo uma componente prática de trabalho na escola e, sempre que possível, em sala de aula, numa lógica de formação em contexto, ao longo do ano letivo;

·      Prevê o apoio e acompanhamento em plataformas de ensino e aprendizagem online (MOODLE);

·      Inclui momentos de autoformação, proporcionando formação interpares, supervisão pedagógica e criando ambientes de aprendizagem colaborativa;

·     Prevê a avaliação do processo e do impacte da formação na melhoria da qualidade do sucesso e na redução do abandono escolar, de acordo com as metas dos Projetos Educativos e Planos Estratégicos de Melhoria.

 2.

A área geográfica abrangida pelo CFAE CEFOPNA, situa-se no interior do nordeste alentejano, com as consequências que o despovoamento e a debilidade do tecido económico e social acarretam para as escolas da região. São, essencialmente, escolas de pequena dimensão, de escassos recursos humanos e pedagógicos e com acesso limitado a fontes inovadoras de pensamento pedagógico e mais valias educativas, frequentadas por uma população muito heterogénea a todos os níveis e em franco decréscimo populacional.

O projeto apresentado enforma um conjunto de ações provocadoras e indutoras de mudança. A incidência no trabalho colaborativo, relacionando a experiência em exercício com as mais recentes descobertas em ciências da educação, englobando a dinamização de estratégias centradas no sujeito de aprendizagem, assentes no paradigma de mudança que a Educação impõe, conferem a pertinente e obrigatória dimensão inovadora que a operação exige.

Em causa está, pois, um conjunto de ações que decorrem das necessidades efetivamente diagnosticadas, congregando vontades no desenvolvimento de metodologias ativas e refletidas num processo de pares conduzido, e dinamizado, por especialistas acreditados e construtores de discriminação positiva.

Estando envolvidas escolas agrupadas e não agrupadas de um tecido geográfico específico, com constrangimentos ao nível social e económico, a operação apresentada convoca realidades específicas a que responde de forma direta e focada, utilizando os mais modernos recursos digitais a par com propostas de intervenção no espaço de aula que permitem, não apenas a promoção do sucesso escolar, como o desenvolvimento sustentado do meio envolvente.  Inovador é, também, a presença na região de especialistas oriundos dos grandes centros, transportando diferentes e atuais saberes e competências, o que agora nos será permitido, recorrendo aos meios que a aprovação deste projecto candidatado ao POCH coloca ao nosso alcance.

3.

O Plano de Formação está estruturado de forma a ser o mais abrangente e transversal no que toca às estratégias formativas definidas nos PAE dos Agrupamentos e PEM dos TEIP associados. Contudo as limitações de tempo e recursos limitam também a capacidade de dar uma resposta integral às necessidades formativas aí definidas.

Assim, o Conselho de Diretores e a Secção de Formação e Monitorização da Comissão Pedagógica, definiram quais seriam as prioridades que cada Agrupamento e cada Escola deveriam atender neste primeiro momento, e que consubstanciaram no plano agora submetido ao POCH, Eixo 4, Tipologia 4.2.

Assim, para cada um dos seis concelhos, estão definidas as ações que, ao longo do período de execução serão realizadas, e que é visível pela análise de pormenor do plano. Acresce ainda, um conjunto de ações a realizar, que irão abranger, de forma transversal, todos os agrupamentos, pela importância determinante que têm para a estratégia da ação formativa definida. Estas serão realizadas nas instalações do CFAE. Estão ainda definidas um conjunto de 5 ações de curta duração de didática específica que visam prioritariamente a formação dos gestores escolares, num conjunto temático que se pretende coerente e relevante para o público que se pretende abranger.

A necessidade de limitar o plano de formação à exequibilidade que necessariamente deveria ter, fez recair a seleção das ações apenas naquelas que consideramos, de acordo com o definido no Aviso do Concurso nº POCH-67-2017-03, de “Didática Específica da Docência”

Existe no Agrupamento-sede do CFAE uma unidade de crianças surdas, que trabalha em rede com praticamente todo o distrito. A importância de dotar professores de capacidades de comunicação e trabalho com aqueles alunos é evidente, e não apenas os docentes de NEE, mas também, se não todos, a maior parte dos docentes das turmas regulares que, de uma forma ou de outra, também se relacionam com as crianças surdas. Daí surgir, enquadrado no plano, uma ação de Língua Gestual Portuguesa, considerada enquanto didática específica para a docência no contexto que referimos.

As distâncias são um dos problemas maiores com que temos que lidar nesta região, pois, muitas vezes, a simples necessidade de reunir numa mesma sala de formação, docentes de várias escolas, implica deslocações de bastantes quilómetros. O mesmo acontece no que respeita aos formadores. São escassas as oportunidades de trazer ao norte alentejano formadores de relevo e projeção nacional dadas as distâncias que nos separam dos grandes centros e do litoral. Esta candidatura visa permitir que, através da formação que pretendemos oferecer, os docentes desta região possam ter acesso a formadores especialistas de reconhecido mérito científico e pedagógico, de relevo nacional. Contudo, esta realidade geográfica, conjugada com o desejo de ter acesso, também, àqueles formadores, sem dúvida que onera, nalgum sentido, o financiamento deste plano.

 Pareceu-nos importante acrescentar estes parágrafos a este documento, para deixar claro o plano conceptual em que nos situamos e a perspetiva em que encaramos a formação contínua de docentes no contexto do Programa Nacional de Promoção do Sucesso Educativo, enquadrando algumas linhas orientadoras que nos nortearam na elaboração deste “Plano de Formação Contínua de Professores - 2016/2018”.

Nas palavras de Rui Canário, “é desejável agir estrategicamente, no presente, para que o futuro possa ser o resultado de uma escolha, e não a consequência de um destino”. Estrategicamente é o que temos sempre tentado com a colaboração e apoio de muitos intervenientes e atores em todo este processo.

PLANO DE FORMAÇÂO (Quadros em pdf)