PROFFORMA

REVISTA ONLINE DO CENTRO DE FORMAÇÃO
DE PROFESSORES DO NORDESTE ALENTEJANO

 

 

 

 

 

Envolvimento familiar: da teoria à prática, da escrita à ação

Orlando Serrano
...

 "Às vezes, é importante fazer, em vez de simplesmente criticar”

Luísa Moreira, Editorial, PROFFORMA, N.º 19

No último número da PROFFORMA, publicámos um artigo intitulado “Construir possíveis: contributo dos pais e encarregados de educação para o sucesso escolar” (Serrano, 2016), no qual voltámos a refletir sobre as estratégias que estão ao nosso alcance para tornar possível a construção de uma parceria de sucesso entre a escola e a família.

Considerámos que uma ótima relação/parceria entre a escola e a família depende da implementação de algumas estratégias. É, pois, necessário encontrar formas organizadas de trabalho em equipa, mais momentos de reflexão, de partilha, de formação conjunta e de diálogo numa perspetiva de desenvolvimento pessoal e familiar. Importa, igualmente, criar meios de informação e de comunicação mais eficazes e eficientes entre as partes, assim como fomentar o trabalho colaborativo e cooperativo entre os diferentes atores.

No entanto, reconhecemos que os caminhos e estratégias evidenciadas poderão ser diferentes de escola para escola e de família para família, dado que as culturas, as sensibilidades, e as lideranças se apresentam, também elas, diversas, pelo que perspetivamos que o trabalho colaborativo e cooperativo entre os diferentes intervenientes poderá vir a revelar-se mais bem-sucedido nuns casos do que noutros.

Julgamos que a discussão desta temática continua na ordem do dia, razão pela qual consideramos que na escola do século XXI os pais e encarregados de educação (pais/EE) deverão assumir de forma ativa e dinâmica o seu papel na escola, pois esse contributo pode fazer a diferença no que diz respeito à qualidade da educação dos seus educandos.

Numa outra perspetiva, referimos que escolas com portas abertas à família permitem a construção de profícuas relações de parceria, acreditando sempre que uma escola de possíveis poderá ser uma realidade e não uma utopia.

Apesar do trabalho até agora desenvolvido na escola pelos diversos elementos da comunidade educativa, será que pensamos em colaborações impossíveis? Na literatura encontramos muitas abordagens e referências quanto a esta questão: Silva desenvolve a sua teoria em torno de uma suposta “relação armadilhada” (2003). Já Araújo (2015) relembra a necessidade do diálogo sobre a “difícil relação” entre pais/EE, alunos e docentes ou ainda, de acordo com o tema do encontro CPCJ/EPIS[1], será que esta é uma tarefa e uma missão impossível? Será que pensamos em estratégias que só à escola poderão interessar? Como conclusão, salientámos na altura, e voltamos a salientar agora, que importa pensar em construir possíveis! Possíveis participações, possíveis caminhos conjuntos, possíveis relações de sucesso, a bem das nossas crianças e jovens que sonham com uma escola onde possam crescer com alegria, com confiança, e com esperança.

Assim, respeitando os objetivos de dar continuidade à temática referente ao Programa Nacional de Promoção do Sucesso Educativo (PNPSE), enunciados atempadamente para o número 20 da PROFFORMA, sob a forma de dar voz aos atores que podem ajudar a fazer a diferença no processo, nomeadamente os professores e os pais/EE, propomo-nos evidenciar o trabalho de um grupo de pais/EE que decidiram, no presente ano letivo, “Re”criar uma associação de pais de forma voluntária. Auscultámos os autores e atores deste projeto de ação que visa, não a crítica ao que existe, mas fazer mais pela melhoria da relação escola/família favorecendo assim o bem-estar das crianças na escola, bem como o seu desempenho, na convicção de que esta mudança é possível se todos se empenharem em torná-la uma realidade. Pais/EE, docentes, alunos, funcionários e representantes da comunidade são os responsáveis por esta “obra” cujo objetivo principal é fazer com que a escola seja cada vez mais um espaço de sucesso e de felicidade.

Uma das autoras que tem investigado de forma exaustiva esta vertente do envolvimento da família e da comunidade é Joyce Epstein, fundadora da National Network of Partnership Schools[2], da Johns Hopkins University, com a convicção e o conhecimento, baseado em muitos programas bem-sucedidos, de que este envolvimento pode ajudar a melhorar o desenvolvimento e as aprendizagens dos alunos (Johns Hopkins University, National Network of Partnership Schools, 2017).

Esta autora define seis características de participação que podem fazer a diferença, nomeadamente, a parentalidade, a comunicação, o voluntariado, o aprender em casa, as decisões e a colaboração com a comunidade (citada por Francis Howell School District, 2015).

Propomo-nos assim contar a história da “re”criação da Associação de Pais da EB1/JI n.º 12 (Amoreiras) em Setúbal, como um exemplo de boas práticas do envolvimento familiar na escola, com o recurso a alguma documentação produzida pela mesma.

Fig. 1. Convite/Convocatória

Vamos, de seguida, relatar como esta ideia feliz se tornou realidade. Através de registos por nós obtidos sob a forma de questionário, de entrevista e de reuniões formais e informais, foi-nos permitido assinalar um conjunto de atividades que passamos a mencionar. 

Tudo começou depois de eu ter ido à última reunião da anterior associação, na qual estiveram presentes apenas dois pais!!! Fiquei dececionada com a falta de participação, bem como com o facto de não haver quem representasse a escola e lutasse pelos interesses dos nossos filhos. Comuniquei essa situação na reunião de pais e foi nesse mesmo dia que um grupo de mães, com o apoio e incentivo da professora, decidiu que estava na hora de arregaçar as mangas. Só não sabíamos bem como.

A escola faz parte do quotidiano familiar, pelo que uma participação ativa e positiva promove uma relação saudável e uma consequente motivação dos alunos.

Desde a creche que faço questão de ser uma mãe presente, e sinto sempre o orgulho do meu filho quando me envolvo no seu percurso escolar.

E assim os primeiros passos estão a ser dados rumo à mudança, as sementes já foram lançadas.

Catarina Mourão

 

Nunca pensei que a reunião de 27 de outubro me marcasse tanto... e demonstrou que vale a pena acreditar, mesmo que agora ainda não haja mais pais a participar... pelas variadíssimas razões que com certeza terão e que serão legítimas (pelo menos para eles...).

A participação dos pais não será de todo fácil: uns porque são pais ausentes (por natureza); outros, apesar de pais presentes, acham que os outros pais resolvem; outros pais porque os empregos precários impedem a participação (embora com o direito de ir à escola, desconhecem-no); outros porque não têm suporte familiar para que possam estar presentes e tudo continue assegurado em casa na sua ausência... Enfim, estes são motivos que tenho vindo a constatar... e ainda acrescento que há outros por vergonha do comportamento do educando...

Acho que o investimento naquela escola levará algum tempo..., mas continuo a achar que é possível e trará mais-valias com certeza.

Acredito na parceria escola-família em prol do sucesso das crianças (sucesso educativo, mas também de desenvolvimento pessoal e social).

Se formos capazes de ver os professores como aliados, como parceiros, como mais uma pessoa que contribuirá para o desenvolvimento do nosso educando vamos ser capazes de elogiá-los quando concordamos com as atividades, pelos resultados que o nosso educando atingiu, pela melhoria do seu comportamento, e até pelo reparo justamente aplicado a determinado comportamento, etc..., mas também vamos ser capazes e estar à vontade para, assertivamente, dizer-lhe que não concordamos com alguma situação em concreto.

Perceber através dos professores a dinâmica da escola, os materiais (ou a sua inexistência), as condições físicas da sala de aula, os conteúdos a lecionar, os obstáculos, confrontando-os com a visão das crianças, talvez seja a fórmula para que enquanto pais e encarregados de educação, de forma isenta enquanto associação, possamos contribuir para a melhoria das condições de ensino daquela escola.

É nisso que acredito, que devemos pelo menos demonstrar que estamos presentes, estamos "com" a escola, não se tratando de um jogo de forças sobre quem educa e quem ensina, mas sim numa sinergia para o bem comum que é a educação das crianças, os nossos futuros adultos.

Identificados os constrangimentos importa saber quem tem competência para a respetiva resolução e a APEE ou os pais podem e devem contribuir para a sua agilização.

Acrescento ainda que considero fundamental que a criança perceba que os pais sabem o que se passa na escola, presentes fisicamente ou não. Mas tão ou mais importante do que serem vistos fisicamente na escola, será o discurso que possam ter com eles em casa. Pais que conhecem os professores, que sabem o que foi o almoço, que percebem porque choveu na sala de inglês ou porque é que a sala está fria... ou quem é a professora de inglês... que houve uma substituição do professor...

Bem hajam! Tem sido um privilégio conhecê-los cada vez melhor!

Vânia Carvalho

 

Todas as escolas deveriam ter uma associação de pais e encarregados de educação e a sua frequência deveria ser obrigatória, tal como acontece com os seus educandos.

Deveria ser obrigatória, porque os pais e encarregados de educação não se podem demitir das suas obrigações como educadores que são, ou que deveriam ser.

No início, senti que tinha a obrigação de participar na Associação e voluntariei-me para fazer parte dos corpos sociais.

Em apenas três meses de atividade, sinto que estou apaixonado pela Associação.

Deparei-me com um grupo de pais e mães motivados para ajudar a escola a ser melhor. Motivados para colaborarem com a escola. Motivados para fazer o bem. Motivados para puxar pelos sorrisos dos alunos. Motivados para sermos novamente crianças, sem qualquer tipo de vergonha.

Que bom poder voltar a ser interveniente direto numa escola. Que bom ver aqueles olhos brilhantes a olhar para mim quando estou a fazer uma atividade numa sala de aula. Que bom ver que a escola é um local de alegria e felicidade.

Como não poderia estar apaixonado pela escola.

É muito bom fazer parte de uma Associação de Pais.

Paulo Anacleto

 

Quando no início do ano letivo de 2015-2016 a professora nos “convidou” para sermos representantes dos pais da turma, nunca pensei o que daí viria e o significado que iria ter futuramente.

Confesso que inicialmente estava um pouco dececionada com esta história da criação da Associação de Pais. Pois, houve alturas em que pensei que seria mais uma iniciativa que não iria dar em nada.

Num determinado momento, a professora enviou-me um sms para ir a uma reunião dos representantes de pais e os membros do Agrupamento, nessa altura pensei que seria uma boa hipótese para falar com os outros pais sobre a Associação, mas só estávamos 3 representantes.

Outra situação, quando marcámos uma “reunião” para “arrancarmos”, estávamos 2 pessoas, até “reunimos” no café em frente à escola e ficámos com toda a documentação da antiga associação dentro de dossiers, sem nada entendermos daquilo.

Mas hoje faço parte desta Associação de Pais com muito orgulho! E acredito que esta equipa tem tudo para conseguir os objetivos e principalmente os objetivos dos nossos filhos.

Inês Pereira

 

Quando perguntei às assistentes operacionais se a escola tinha associação de pais, consegui perceber que estava a nascer um projeto muito interessante. Mas estava muito longe de imaginar que o encontro de dia 27 de outubro de 2016, num refeitório sem espaço para mais pessoas (pais, mães, encarregados de educação, familiares, docentes, coordenadora, elementos da direção e outros) pudesse assumir-se como um momento memorável e inesquecível. Pareceu que foi tudo muito fácil e tudo aconteceu. Conseguiu-se constituir a associação de pais/EE, houve participação, envolvimento, motivação, colaboração, partilha, para passar das intenções à ação. A partir deste momento, tem sido um rol de atividades e de entrega, que somente quem está embrenhado na ação pode compreender a qualidade e dinâmica desta equipa de voluntários que se preocupa com a educação dos seus filhos na escola e decidiu de forma ativa avançar.

Orlando Serrano

 

Logo após a constituição da Associação de Pais, esta assumiu a missão de dar resposta a um conjunto de iniciativas, a saber:

  •  Ser um agente ativo de dinamização e consciencialização na defesa dos valores fundamentais da família e da importância do educador.

  • Fomentar a colaboração e diálogo efetivos entre os pais/encarregados de educação e a restante comunidade educativa.

  •  Comunicar e interagir com os pais e encarregados de educação, associados ou não, no que diz respeito quer às atividades desenvolvidas, quer ao funcionamento da escola e da política educativa.

  •  Apoiar e desenvolver iniciativas de carácter educativo ou social, por iniciativa própria, ou sempre que para tal seja solicitada a sua colaboração, quer pela escola, quer pelas estruturas do movimento associativo (COSAP - Concelhia de Setúbal das Associações de Pais, FERSAP - Federação Regional de Setúbal das Associações de Pais, CONFAP - Confederação Nacional das Associações de Pais) ou outras entidades interessadas no sucesso educativo e integração saudável dos alunos na comunidade.

  •  Promover o sucesso escolar, a motivação e o envolvimento de todos os agentes, valorizando as competências dos alunos e sendo um agente facilitador de medidas preventivas de insucesso e de ações que promovam o sucesso.

  •   Promover e ser interlocutor pela igualdade no acesso à educação.

A equipa de pais/EE voluntários passaram da teoria à prática e da escrita à ação através de um plano de atividades inicialmente concebido e aprovado por todos. Porém, não obstante este plano ser muito abrangente, está a acontecer o surgimento de novas atividades, o que revela que este documento é dinâmico e aberto a uma evolução natural com o decorrer do tempo. Assim, para além das funções normais de uma associação de pais/EE, foram debatidas algumas ideias sobre áreas de intervenção interessantes, alinhadas com o projeto educativo do agrupamento, considerando também a especificidade da escola. Inicialmente, foram identificadas as seguintes áreas:

  • Saúde escolar;

  • Inclusão e desenvolvimento de alunos com Necessidades Educativas Especiais;

  • Segurança (incluindo infraestruturas e segurança rodoviária);

  • Educação para a cidadania (incluindo o voluntariado);

  • Workshops/palestras de aconselhamento parental em várias áreas.

Muito naturalmente, surgiu a primeira atividade que envolveu todos os atores da comunidade educativa, com o seguinte programa:

17h-18h30 – “Vamos cantar as janeiras nas Amoreiras”

18h30-19h – Lanche temático para participantes/convidados

19h – 19h30 - Apresentação da APEE das Amoreiras – Órgãos sociais e plano de atividades (Inclui perguntas e respostas + entrega de folheto informativo)

19h30-20h - Visita guiada às instalações da Escola

20h – Encerramento do Evento

Foi então cantado o Natal dos Simples de José Afonso em cada sala de aula, com a participação de pais e familiares, representantes da Junta de Freguesia, docentes e coordenadora da escola e diretor do Agrupamento. As crianças quebraram a rotina, participaram numa atividade diferente e enquadrada no o calendário festivo, houve envolvimento de toda a comunidade educativa e aconteceu uma surpresa, uma turma retribuiu com as suas janeiras.

Esta iniciativa foi notícia na Newsletter do Agrupamento, concluindo com a seguinte mensagem:

Assim começou um novo ano na escola, com a apresentação da nova APEE e com a partilha de desafios e ideias entre todas as partes interessadas. Com diálogo e partilha estamos prontos para criar, inovar e desenvolver  modelos de educação mais participativos e inspiradores para toda a comunidade escolar.

Fig. 2. Atividade “Cantar as Janeiras”

Gostaríamos também de apresentar a atividade intitulada “A árvore dos afetos”, desenvolvida no mês de fevereiro, com os seguintes objetivos: promoção do desenvolvimento de competências pessoais e sociais em sala de aula e em família, dando oportunidade à criança para se expressar sobre os seus sentimentos, melhorando o reconhecimento e a verbalização de emoções.

Esta atividade teve a duração de uma hora e foi dinamizada por pais e encarregados de educação voluntários e teve a seguinte estrutura: apresentação da atividade através da definição do conceito de sentimento, como por exemplo, um sentimento é o que se passa no coração – podemos estar tristes ou contentes. Após resposta à questão: que sentimentos/emoções conhecemos, escreveu-se no quadro os resultados do brainstorming. Depois, foi pedido aos alunos para escolherem um sentimento/emoção entre os cartões disponíveis num saco, no sentido de escreverem o que sentiam nessa situação num cartão coração (Ex: sinto-me feliz quando…; sinto-me com coragem quando…; sinto-me tranquilo quando…; sinto medo quando…). Esta tarefa foi adaptada na sessão que decorreu no jardim de infância. No final, os alunos colocaram o seu testemunho na cartolina com a “Árvore dos afetos”.

Após a preparação da atividade, que implicou a compra e elaboração dos materiais necessários, da distribuição dos pais e encarregados de educação voluntários para a realização da mesma em articulação com os docentes e coordenadora de escola, deixamos alguns comentários que ilustram a qualidade desta iniciativa:

No início da aula e no fim, fiz um pequeno exercício simples com eles para se concentrarem e focarem – dar as mãos, fechar os olhos, respirar fundo e pensar em coisas felizes. E funcionou muito bem.

 Vânia Guerreiro

 

Até a mim a atividade acalmou, a música foi uma boa ideia muitos meninos ficaram com as emoções à flor da pele. Foi maravilhoso!

Sónia Branco

 

Dei uns smiles com emoções para os alunos pintarem e escreverem nas costas uma frase do tipo: estou triste quando... para levarem e darem aos seus pais. Uma menina estava já a pintar e reparei que tinha lágrimas nos olhos... cheguei-me à sua beira e falei baixo com ela. Descobri o porquê do seu choro. O smile que lhe calhou em sorte foi o smile triste. E ela escreveu nas costas: EU FICO TRISTE QUANDO OS MEUS PAIS DISCUTEM. Dei-lhe um abraço cheio de carinho sem que os colegas dessem por isso e falei-lhe: Agora, quando chegares a casa, vais dar esta prenda aos pais. Eles vão gostar. Ela disse-me que sim, que ia fazer isso.

Paulo Anacleto

 

Paulo, tenho vindo a aprender com a minha vida profissional (embora as organizações tenham de traduzir o resultado do nosso trabalho em números e indicadores)... que se conseguirmos fazer a diferença nem que seja a apenas uma criança/pessoa já valeu a pena... provavelmente foi o que conseguiste fazer com essa menina... 

Gratidão... sim! Grata por fazer parte desta nova equipa!

Vânia Carvalho

 

Que semanas! Tem sido muito bom! Que momentos únicos!

É tão bom voltar à escola com uma turma tão fixe como a nossa :)! O sentimento que escolho hoje partilhar convosco é gratidão :)

Vânia Guerreiro

 

Ao ler todos os vossos testemunhos, cada vez sinto-me mais triste por não ter conseguido participar. As emoções estiveram ao rubro e confesso que fiquei com as lágrimas nos olhos com a vivência das vossas experiências.

Inês Pereira

 

Estes testemunhos sentidos, relativamente às 12 experiências desenvolvidas em sala de aula, foram momentos únicos de partilha e envolvimento entre os diversos atores da comunidade educativa. 

 

Fig. 3. Atividade “árvore dos afetos” I

 

Fig. 4. Atividade “árvore dos afetos” II

 

Apresentamos também algumas emoções e sentimentos manifestados pelas crianças durante a atividade na sala de aula:

  • Eu sinto-me muito feliz quando a minha Mãe e o meu Pai me dão miminhos.

  • Sinto amor pela minha família.

  • Sinto-me triste porque não vejo os meus familiares há anos.

  • Sinto-me feliz pelas férias de carnaval.

  • Eu sinto-me motivado quando vou para a Escola.

  • Sinto-me feliz porque estou na escola.

  • Sinto-me triste quando estou sozinha.

  • Sinto-me alegre quando vejo as minhas amigas.

  • Sinto-me triste quando não tenho ninguém para conversar.

  • Sinto-me feliz quando estou na sala de aula.

  • Sinto-me muito feliz quando os meus amigos brincam comigo.

  • Sinto-me feliz quando me dão abraços.

  • Sinto-me ansiosa quando faço um teste e um ditado.

  • Sinto-me zangada quando me irritam.

  • Sinto-me feliz quando ganho e jogo futebol.

  • Sinto nojo quando tenho de comer caracóis.

  • Sinto-me triste quando estou zangada com alguém.

Confiança, coragem, amor, paixão, saudade, vergonha, inveja, tristeza, amizade, partilha, fúria, felicidade… são emoções com as quais as crianças têm de lidar no dia a dia na escola e em casa. No entanto, é na escola que estas passam mais tempo útil e, portanto, o trabalho a realizar sobre estes sentimentos tem de ser de continuidade entre escola e família, no convívio com os pares e na observação dos modelos à sua volta.

Para enquadrarmos melhor esta atividade recorremos à literatura recente (Costa & Cravo, 2016) e verificámos que outras estratégias práticas podem ser utilizadas em contexto de sala de aula, como por exemplo a caixinha das emoções, o dicionário das emoções e diversas outras propostas que ajudam a criança a lidar com os inúmeros acontecimentos de grande carga emocional com os quais se depara todos os dias nos diferentes contextos, mas ao mesmo tempo ajudam também no conhecimento de si próprio.

Tal como o papel dos pais/EE na escola é fundamental, o contributo dos assistentes operacionais no acompanhamento diário e direto nas diversas atividades que acontecem na escola é essencial para o desenvolvimento das crianças e dos jovens. O trabalho destes profissionais no jardim de infância assume um papel de maior proximidade afetiva, tal como os educadores de infância. Educadores e assistentes operacionais são, para além da família, quem estabelece um maior vínculo emocional com a criança nos primeiros anos de vida. No primeiro ciclo do ensino básico, as assistentes operacionais que acompanham as crianças durante os quatro anos de permanência na escola criam laços de amizade, de afetividade, de carinho, não somente com as crianças, mas também com as famílias que regularmente comparecem na escola. Estes profissionais, para além da colaboração que prestam às coordenações de estabelecimento e aos professores titulares, têm uma ação próxima com as crianças fora da sala de aula e, por vezes, adquirem um grau de confiança e de amizade muito particular.

Não poderíamos, pois, deixar de os ouvir e de promovermos um momento informal de conhecimento e de partilha de opiniões numa das salas de aula durante o mês de fevereiro de 2016. Todas as opiniões manifestadas foram favoráveis a uma participação ativa e dinâmica dos pais e encarregados de educação na vida da escola. Estão muito disponíveis para colaborar e gostariam de ver mais atividades desenvolvidas na escola com a participação dos pais/EE. Outro tema que foi consensual e abordado neste encontro foi a escassez de assistentes operacionais nesta escola.

Este estabelecimento do 1.º ciclo do ensino básico tem atualmente 11 turmas, do 1.º ao 4.º ano, funcionando em três regimes (turno da manhã – 08h00 às 13h15 –, turno da tarde – 13h30 às 18h45) e turno misto (09h00 às 16h30) e tem uma Unidade de Ensino Estruturado (UEE) para alunos referenciados com necessidades educativas especiais (NEE) que se enquadram nas perturbações do espectro do autismo.

Face a esta realidade, a presidente da associação de pais/EE, Vânia Guerreiro, em missiva enviada à Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares, considerou que o número reduzido de assistentes operacionais compromete vários fatores que aos representantes dos pais e encarregados de educação dos alunos lhes parecem fundamentais para a evocada qualidade da escola e segurança dos alunos, nomeadamente:

  1. Segurança dos alunos à entrada e saída do estabelecimento escolar, particularmente no controlo de entradas e saídas no portão principal, nos vários horários.

  2. A segurança física dos alunos durante as pausas letivas, visto que a área exterior e interior do edifício escolar é bastante vasta e exige maior vigilância sobre as atividades dos alunos.

  3. A limpeza dos vários espaços escolares – salas, casas de banho, zonas de recreio e refeitório – durante as várias mudanças de turnos e rotação de alunos durante o dia pelos vários espaços.

  4. O acompanhamento do horário do almoço no refeitório da escola e apoio aos alunos, incluindo aos alunos da Unidade de Ensino Estruturado.

Nessa missiva, considerou ainda que o sucesso escolar não se mede apenas através dos índices de abandono escolar ou de rankings de notas médias em exames nacionais. A satisfação e bem-estar de todas as partes interessadas que trabalham diariamente nos estabelecimentos escolares são indicadores essenciais para a promoção de ambientes de aprendizagem seguros, saudáveis e motivadores. A valorização e capacitação do pessoal não docente é determinante para a qualidade do ensino e, em particular, na Escola Básica n.º 12 de Setúbal. Além do mais, a não valorização das funções do pessoal não docente nas escolas, através da redução de contratações, compromete igualmente a sustentabilidade social e de emprego qualificado no concelho de Setúbal.

Parece-nos que a valorização destes profissionais no seu trabalho diário com as crianças é uma prioridade, porque consideramos que as assistentes operacionais também assumem grande responsabilidade pela educação dos nossos filhos.

Nestas atividades, os professores também se envolveram numa participação ativa com as crianças e os pais/EE. Gostaríamos de salientar que reconhecemos que a atividade docente, apesar de todos os contratempos sobejamente conhecidos, tais como: turmas grandes, escassez de recursos humanos, edifícios degradados, falta de aproveitamento das novas tecnologias de informação e de comunicação, frequentes alterações curriculares, entre outros, tem um papel primordial na formação pessoal e educacional das crianças e dos jovens.

Abaixo, indicamos dois contributos de docentes da Escola Básica n.º 12 de Setúbal que fizeram o favor de responder à questão por nós colocada, relativa à participação positiva dos pais na escola ser um fator determinante no sucesso escolar dos filhos, no âmbito da relação Escola/Família.

Penso que é uma mais-valia que os pais colaborem com a escola e que planeiem atividades, em conjunto, com os professores titulares de turma.

Se os pais colaborarem com os professores e se houver uma parceria coesa, irá refletir-se nas aprendizagens e sucesso dos alunos. Os intervenientes no processo/aprendizagem não podem estar de costas viradas mas, sim, fazerem um trabalho colaborativo entre a família e a escola de forma a melhorar os resultados escolares.

Os alunos têm de sentir que os pais estão ao par das suas aprendizagens e se interessam pelos seus progressos.

Anónimo

 

Na minha opinião, a participação ativa da família na vida escolar do aluno é sempre vista como uma mais-valia. Considero que quando os pais se envolvem e demonstram interesse nas atividades e aprendizagens realizadas na escola, o aproveitamento escolar dos alunos melhora consideravelmente.

A escola e a família não podem ser duas coisas distintas, uma vez que ambas contribuem para a formação social e pessoal da criança.

Nestes anos como docente, pude verificar que sempre que há um envolvimento dos pais na vida escolar dos alunos, estes apresentam um rendimento escolar mais coeso. Deste modo, a porta da minha sala estará sempre aberta para qualquer membro da família que deseje realizar com a turma qualquer tipo de atividade.

Paula Oliveira

 

A mesma questão foi colocada a investigadores e professores do ensino superior público politécnico que amavelmente se disponibilizaram a colaborar e cujas respostas se apresentam abaixo:

  

Construir a ação educativa como resultado de uma parceria efetiva entre o jardim de infância/a escola e a família constitui-se como condição indispensável para o desenvolvimento de boas práticas e, por consequência, de um maior sucesso educativo. Os estudos atuais de que hoje nos podemos socorrer para sustentar as práticas nesta matéria dão-nos conta da indispensabilidade de uma relação positiva, colaborativa e em coparticipação. Essa parceria, ou relação de cumplicidade, permite vários olhares e, por isso, várias ações perspetivadas num maior conhecimento da criança (pessoa em desenvolvimento/transformação/aprendizagem) e, nesse sentido, tornam-se mais responsivas.

Dos estudos de investigação orientada desenvolvidos em jardins de infância, sob a minha responsabilidade, destaca-se de modo claro que quando essa relação é vivida ativa e genuinamente, apesar de nem sempre ser fácil de operacionalizar, existe por parte das crianças uma forte predisposição, maior envolvimento e segurança nas atividades do dia a dia (sempre que vivem e sentem a proximidade e participação dos pais, irmãos/ãs, tias, avós); existe um maior interesse dos pais pela vida dos filhos na instituição educativa; e existe na intencionalidade da ação educativa desenvolvida pelas/pelos docentes uma maior fundação em conhecimento construído sobre os interesses e as necessidades educativas das crianças. Isto significa que o currículo em construção e gestão, quando assente na colaboração e coparticipação da família, se torna mais significativo e responsivo a todas as crianças.

Esta relação afirma-se como necessária e situada não só em momentos específicos (festas, entrega de avaliações…) mas ao longo do percurso educativo/ensino das crianças, tratando-se de um trajeto de cidadania, para o qual todos devem contribuir – educadores/professores, pais e crianças (independentemente da idade da criança e da instituição educativa/ensino).

 

Amélia de Jesus Marchão (IPPortalegre

 

A escola como espaço de aprendizagem e como organização envolve um conjunto diferenciado de atores que, de diferentes modos, contribuem para o incremento da relação entre as crianças e os saberes, entre as crianças e diferentes tipos de conhecimentos. E nesta relação entre a escola-criança-conhecimentos, a aprendizagem não se realiza apenas no contexto da sala de aula, ou no contexto da escola, mas em diferentes tipos e modos experienciais que estão para além da escola e dos saberes escolares. Por outro lado, o envolvimento das famílias na escola e nas aprendizagens das crianças apresenta-se como um fator determinante na criação de condições para a prossecução do trabalho relacionado com os saberes escolares, em particular no apoio técnico, científico e afetivo, e que de diferentes modos contribuem para o sucesso escolar dos seus educandos. Contudo, nem sempre o envolvimento dos pais na educação bem como a sua participação na vida da escola, atendendo aos vários tipos de constrangimentos, se apresenta pensada e estruturada como um elemento estratégico nesta relação escola-crianças-aprendizagens.

 

Neste contexto, importa reolhar para o envolvimento da família na escola tendo em consideração a confluência de três fatores principais. Um primeiro fator é a urgência da criação de condições, do ponto de vista laboral e legal, que permitam às famílias, pais e encarregados de educação, terem disponibilidade para uma maior participação na vida da escola e dos seus educandos, em particular até que as crianças possuam um maior grau de autonomia em termos pessoais e em termos cognitivos. Um segundo fator prende-se com os modos como as escolas estão organizadas, quer em termos formais quer informais, que nem sempre potenciam um maior envolvimento e participação das famílias na organização escolar e nas tomadas de decisão relacionadas com o currículo e as aprendizagens. Ou, pelo menos, em determinados tipos de decisões. Isto conduz a que na maioria dos casos o espaço familiar e as famílias sejam como que uma espécie de “delegação da escola no que respeita a trabalhos escolares”. Um terceiro fator, no cruzamento dos dois anteriores, está relacionado com a necessidade cada vez mais urgente que os projetos educativos das escolas vejam as famílias, e a participação dos pais e encarregados de educação como parceiras que desenvolvem um trabalho complementar com a instituição escola e, nessa perspetiva, incluí-las como agentes proactivas na ação educativa escolar e não como agentes passivos que são chamados à instituição para as reuniões de notas ou quando há problemas disciplinares. Como diz um provérbio africano “para educar uma criança é preciso toda a aldeia”, e a escola não pode continuar isolada na sua torre de marfim atribuindo responsabilidades às famílias para questões que não são da sua natureza. Daí a importância estratégica desta parceria e complementaridade, da articulação dos saberes escolares com os saberes familiares e experienciais como elementos determinantes para que a participação dos pais e encarregados de educação seja potenciada e valorizada.

António Vasconcelos (IPSetúbal)

 

 

 

A família e a escola são contextos sociais da máxima relevância no desenvolvimento e aprendizagem de todas as crianças e adolescentes, não só pelo facto de se constituírem nos seus sistemas imediatos ou contextos em que se movem e vivem diariamente, mas também por, na sua interação recíproca, afirmarem-se como ferramenta ímpar na promoção da equidade e sucesso educativo (e.g. Aqeduto, CNE, & FFMS, 2016; Benner, Boyle, & Sadler, 2016; CNE, 2015; DGEEC, 2016a,b; Wang, Deng, & Yang, 2016). Com efeito, o valor que a família assume na aprendizagem e no sucesso educativo é tão precioso quanto preponderante é o impacto que a escola e a comunidade educativa exercem no combate ao fenómeno da reprodução social das desigualdades sociais, culturais e económicas das famílias (Bourdieu & Coleman, 1991). Porque a escola pode harmonizar as experiências de aprendizagem dos jovens e esbater as desigualdades sociais do País, porque a família, além da escola, pode contribuir para a resposta às ambições, interesses pessoais, capacidades e potencial dos seus educandos, apoiar os mais jovens é responsabilidade de todos e de cada um de nós. Num mundo dominado por inovadores avanços tecnológicos, importa reconhecer os dispositivos mais transformadores do presente e do futuro da sociedade: a família, a escola e a relação escola-família.

Referências

Aqeduto, Conselho Nacional de Educação, & Fundação Francisco Manuel dos Santos. (2016). Aqeduto: Avaliação, qualidade e equidade da educação. Lisboa: Autor. Recuperado de www.aqeduto.pt 

Benner, A. D., Boyle, A. E., & Sadler, S. (2016). Parental involvement and adolescents’ educational success: The roles of prior achievement and socioeconomic status. Journal of Youth and Adolescence, 45(6), 1053-1064. doi:10.1007/s10964-016-0431-4

Bourdieu, P., & Coleman, J. S. (Eds.). (1991). Social theory for a changing society. New York: Westview Press & Russell Sage Foundation.

Conselho Nacional de Educação. (2015). O estado da educação 2015. Lisboa: Autor.

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Gina C. Lemos (IPSetúbal)

 

 

Com estes contributos e olhares de diversos intervenientes da comunidade educativa, conseguimos perceber que o ponto comum entre todos é a importância da participação das famílias como forma de melhorar as aprendizagens na construção de uma melhor escola. Neste sentido Bona (2017) refere que,

temos de abrir janelas, é preciso derrubar muros para que a sociedade entre na escola e a escola e a sala de aula se embrenhem na sociedade. As portas das escolas têm de estar abertas não só para as crianças entrarem, mas também para que as suas ideias saiam e transformem o mundo. (p. 111)

Na nossa perspetiva, é necessário que não se abram apenas as portas das escolas, mas que se alterem os próprios contextos educativos de uma forma mais democrática e inclusiva, de modo a fomentar a envolvência de outros atores na reconstrução de uma escola adequada ao século XXI para alunos do século XXI.

Para alcançar este desígnio, como nos diz Lima (2017), urge derrubar também as “paredes metafóricas, que insistem em manter pais, professores, diretores de escola e outros intervenientes no processo educativo afastados, lutando quando deveriam cooperar” (p. 227).

E é neste ambiente de escola aberta que se promove a consciência das diferenças entre escola e família e, quando tal acontece, pais e professores “buscam modos de agir complementares, acontece articulação, cooperação”, como nos referem Pacheco e Pacheco (2013, p. 117). Autores que vivenciam esta experiência de forma única e a relatam num cenário que para a maioria parece ser utópico, mas que é bastante real e tão possível como o que se pode observar na Escola da Ponte, onde os pais não são tidos apenas como parceiros da escola, mas assumem uma dimensão ainda mais importante, “a escola é parceira dos pais” (Pacheco & Pacheco, 2017, p. 139).

Com esta reflexão, pretendemos ilustrar que criticar por si só não provoca mudança. O mais relevante é, de facto, a ação. É através desta que o envolvimento acontece. Temos, pois, de evidenciar as boas práticas que acontecem nas nossas escolas através da motivação e implicação de todos os intervenientes educativos, porque, mais uma vez, sublinhamos que no centro da relação escola/família está o aluno, sendo este a principal prioridade e atenção de todos os que estão à sua volta. 

 

Referências bibliográficas

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Bona, C. (2017). A nova educação: O professor que está a revolucionar a escola. Carnaxide: Objectiva.

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Moreira, L. (2016). Editorial. PROFFORMA, 19, 1-2. Recuperado de http://cefopna.edu.pt/revista/revista_19/pdf_19/editorial_19.pdf

Pacheco, J., & Pacheco, M. F. (Orgs.). (2013). A Escola da Ponte sob múltiplos olhares: Palavras de educadores, alunos e pais. Porto Alegre, RS: Penso.

 Pacheco, J., & Pacheco, M. F. (2017). A avaliação da aprendizagem na Escola da Ponte. [Paço de Arcos]: Mahatma.

Serrano, O. (2016). Construir possíveis: Contributo dos pais e encarregados de educação para o sucesso escolar. PROFFORMA, 19, 1-10. Recuperado de http://cefopna.edu.pt/revista/revista_19/pdf_19/es_03_19.pdf

Silva, P. (2003). Escola-família, uma relação armadilhada: Interculturalidade e relações de poder. Porto: Afrontamento.

 

 

[1] II Encontro Distrital CPCJ/EPIS – Educação e Envolvimento Familiar – Missão (im)Possível?, Instituto

   Politécnico de Setúbal, Setúbal, 10 fev. 2017.

[2] Rede Nacional de Escolas de Parceria