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Editorial

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- Olhares Cruzados -

24 de Outubro

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O Ensino da Literacia da Informação a partir da Biblioteca Escolar no Agrupamento de Escolas de Sardoal

Jaqueline Almeida
Agrupamento de Escolas de Sardoal

Ao propor esta formação aos colegas da minha escola fiquei logo surpreendida pela adesão manifestada. Se inicialmente poderia pensar que apenas era o aproveitamento de uma formação realizada na escola, bem depressa constatei que o interesse ia bem mais além e que a temática correspondia realmente a uma necessidade formativa dos professores.

Ao longo de quase um ano letivo, o entusiasmo e interesse em saber mais, a vontade de fazer melhor e a verificação de que os alunos correspondiam às expectativas tanto a nível de empenho como de melhorias de resultados e competências tornou esta formação numa experiência verdadeiramente reveladora das potencialidades do trabalho colaborativo bem como das mais-valias do desenvolvimento das competências de literacia da informação quer nos docentes quer nos alunos.

Gostava de referir aqui alguns comentários, não só de colegas que se mostraram realmente interessados e empenhados, e que levaram muito a sério esta formação, mas também de alunos que se mostraram aliviados por lhes ter sido proposto um método em que verificaram a utilidade e a vantagem da sua aplicação faseada. Assim tivemos alunos que indicaram que o importante é: “Nunca fazer plágio; referir os sites utilizados; ter cuidado com as informações que retiramos na internet. Com este trabalho aprendemos a ouvir as críticas dos colegas. ” (alunos do 5º ano); “Vou andar com este guião na carteira setora” (aluno de 6º ano); “Como docente, já há vários anos, sentia uma enorme frustração, quando solicitava trabalhos aos alunos e recebia quase sempre cópias da internet. No entanto, agora que frequentei esta ação de formação, considero que não lhes conseguia fornecer as “ferramentas” necessárias. Nesta ação, conheci os vários modelos de Literacia de Informação, contactando mais diretamente com o modelo “The Big 6”, modelos estes que devem ser fornecidos e seguidos na realização dos vários trabalhos propostos.” (docente de Língua Portuguesa e Área de Projeto); “Os alunos revelaram interesse no trabalho proposto e mostraram-se empenhados na sua realização, sobretudo depois de terem tido consciência que o trabalho os ajudaria a realizar o Projeto de PAP que terão de realizar no próximo ano letivo. (…) Posso mesmo aventurar-me a dizer que estes trabalhos, limando algumas arestas, são os Projetos de Prova de Aptidão Profissional que irão apresentar no próximo ano letivo, ano de final de curso. (…) o guião é um ótimo instrumento auxiliar de um trabalho de pesquisa, que ajuda a planificar, a encontrar a informação, que agiliza todo o processo de elaboração de um trabalho, sendo unânimes em afirmar que o seu uso consistiu numa mais - valia. ” (docente do curso profissional de Animador sociocultural).

Afinal, quando frequentamos uma formação, não é nosso objetivo aprender algo de novo? Ao propô-la aos meus colegas não era meu objetivo enriquece-los de alguma forma partilhando com eles os meus pequenos conhecimentos, e principalmente mostrar-lhes como era possível ajudar os alunos a produzir trabalhos com mais qualidade adquirindo conhecimentos reais e deixar de lado o copy-paste, alterando de alguma maneira a forma de trabalhar de todos? Como tal esta formação não podia ter tido mais sucesso. Para além dos colegas que a frequentaram terem, na prática, experimentado um modelo de literacia e comprovado os resultados da aplicação do mesmo, concluindo de forma unânime as suas vantagens no desenvolvimento das competências de literacia da informação, imprescindíveis na sociedade de conhecimento de hoje, esta formação não terminou simplesmente com os relatórios finais que os formandos devem entregar, como bem sabemos, mas teve um real impacto na escola, que reconheceu através do seu conselho pedagógico, que a adoção de um modelo de literacia da informação a generalizar à escola seria um instrumento pedagógico facilitador da aquisição de competências e autonomia dos alunos que deverá continuar a ser divulgado e explicado aos restantes docentes.

Pessoalmente, enquanto formadora, este trabalho colaborativo com vinte docentes e catorze turmas mostrou-me como é possível motivar docentes e alunos para uma pedagogia de desenvolvimento de competências de aprendizagem ao longo da vida numa sociedade onde a informação está disponível em qualquer lugar, a qualquer hora e numa diversidade por vezes assustadora.