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Desporto escolar 2013/17

Desporto escolar


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O desporto escolar ao alcance dos alunos portugueses

José Luís Jacob
Agrupamento de Escolas N.º 1 de Portalegre

Introdução 

O Desporto Escolar tem vindo ao longo dos anos a constituir-se como uma componente essencial e de referência para a formação e educação dos jovens estudantes portugueses, que desde cedo podem aprender, desenvolver e praticar várias atividades desportivas, tão importantes para o seu desenvolvimento físico e intelectual harmonioso e adquirir gosto pela escola, por andar na escola, pelo desporto e conhecer as suas capacidades, podendo projectar-se para o futuro e a vir a ser um praticante desportivo integrado numa estrutura federativa e ter um futuro no desporto.  A escola é para a maioria dos alunos a porta de entrada no universo desportivo, quer por via da prática da Educação Física, quer pela prática no desporto escolar, e a única capaz de lhes proporcionar a prática de uma atividade física regular, orientada, num contexto seguro e do conhecimento dos alunos, pais e encarregados de educação. O Desporto escolar tem vindo a evoluir na sua oferta e meios, e hoje é uma estrutura muito importante e de grande qualidade, que proporciona aos jovens portugueses um nível de prática sistemático e regular, quer a nível escolar, quer despois em competições de âmbito local, distrital, regional e Nacional. Todos os profissionais integrados na estrutura do desporto escolar, desde dirigentes, coordenadores, professores procuram sempre dar o melhor de si próprios para proporcionar aos jovens estudantes portugueses o melhor desporto possível , e assim contribuirem para o seu enriquecimento pessoal, em todas as vertentes, a serem melhores cidadãos, mais suadáveis e mais capazes no seu futuro. 

O Programa Nacional do Desporto Escolar contempla, várias vertentes, e objetivos, e constitui a base de desenvolvimento das atividades desportivas na escola, de forma a proporcionar uma oferta o mais variada possível.

PARTE I – PLANEAMENTO ESTRATÉGICO

 1. Definição e competências do Desporto Escolar

1.1. O Desporto Escolar constitui uma das vertentes de atuação do Ministério da Educação e Ciência com maior transversalidade no sistema educativo, desenvolvendo atividades desportivas de complemento curricular, intra e interescolares, dirigidas aos agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas.

1.2. O Desporto Escolar é “(…) o conjunto de práticas lúdico-desportivas e de formação com objeto desportivo, desenvolvidas como complemento curricular e de ocupação dos tempos livres, num regime de liberdade de participação e de escolha, integradas no plano de atividade da escola e coordenadas no âmbito do sistema educativo” (Artigo 5.º - “Definição”, Secção II – “Desporto Escolar”, do Decreto-Lei n.º 95/91, de 26 de fevereiro). Mais ainda, como refere o preâmbulo deste diploma, “(…) o Desporto Escolar deve basear-se num sistema aberto de modalidades e de práticas desportivas que serão organizadas de modo a integrar harmoniosamente as dimensões próprias desta atividade, designadamente o ensino, o treino, a recreação e a competição”.

1.3. Do ponto de vista funcional, o Desporto Escolar operacionaliza-se em duas vertentes complementares: uma, referente à dinamização de atividades desportivas realizadas internamente em cada agrupamento de escolas ou escola não agrupada; e outra, referente à atividade desportiva desenvolvida por grupos-equipa. 1.4. Os grupos-equipa são organizados por escalão/género ou num escalão único e envolvem-se em competições interescolas com um nível de competitividade crescente: Campeonatos Locais, Campeonatos Regionais, Campeonatos Nacionais e Campeonatos Internacionais (ISF-International School Sport Federation ou FISEC-Fédèration Internationale Sportive de l'Enseignement Catholique).

2. Caracterização do Programa do Desporto Escolar

2.1. Organograma (Âmbito Nacional)

 

 

3. Diagnóstico Estratégico

3.1. Análise SWOT

3.1.1. Análise Externa (Ameaças)

 a) Demografia e acessibilidade – Tendência de decréscimo da população escolar portuguesa e dificuldades no acesso dos alunos às escolas em períodos de interrupção letiva;

 b) Contexto social – A oferta social não desportiva é cada vez mais apelativa e sedutora em relação às atividades físicas e desportivas;

c) Sedentarismo – O tempo da prática da atividade física e desportiva de caráter formal e informal tende a ser reduzido;

d) Conjuntura económica – Num período de recessão económica, os alunos podem ser afastados das atividades sociais e desportivas para dar apoio à família;

e) Subvalorização da atividade física e desportiva – Apesar da procura crescente das atividades desportivas em meio escolar, a sociedade ainda não reconhece as mais-valias da formação desportiva na formação integral das crianças e jovens.

3.1.2. Análise Externa (Oportunidades)

 a) Reconhecimento – As comunidades escolares tendem a valorizar os feitos dos seus alunos para além dos resultados escolares;

b) Gratuitidade – Os projetos educativos das escolas oferecem aos alunos um leque de atividades físicas e desportivas gratuitas e abrangentes;

c) Proximidade – Os agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas têm vindo a ocupar os tempos dos alunos para além das atividades curriculares;

d) Alargamento da escolaridade obrigatória – O alargamento da escolaridade obrigatória para 12 anos permite aprofundar a participação dos jovens no Desporto Escolar;

e) Cooperação institucional – Criação da Plataforma ‘Desafie-se, mude de vida! Desporto | Educação | Saúde’ que congregará sinergicamente todos os programas, projetos e iniciativas das partes e organismos que estejam administrativamente relacionados com as tutelas da Educação, Saúde e Desporto e Juventude;

 f) Organização da rede escolar – A agregação das escolas permite a criação de projetos únicos que servem uma comunidade escolar de forma mais integrada;

g) Conjuntura económica – A gratuitidade do Desporto Escolar pode reforçar as suas condições de atratibilidade face a outras ofertas.

3.1.3. Análise Interna (Fraquezas)

 a) Tempo de prática – Reduzido número de horas de treino semanal, assim como a baixa frequência de momentos de competição ao longo do ano letivo;

 b) Incompatibilidade das atividades curriculares com as atividades de complemento curricular – A organização dos horários escolares nem sempre contempla os espaços para a dinamização de atividades desportivas internas e externas;

c) Desarticulação com o Projeto Educativo – O Desporto Escolar nem sempre se integra, de forma articulada e continuada, no conjunto dos objetivos gerais e específicos do Projeto Educativo do agrupamento de escolas ou de escolas não agrupadas;

d) Estrutura organizacional – As funções e atribuições das diferentes unidades organizacionais do Desporto Escolar carecem de maior formalização;

e) Planeamento tardio – A calendarização desportiva e dos respetivos quadros competitivos deverá ser antecipada;

f) Participação da Comunidade- A organização interna dos clubes do Desporto Escolar nem sempre integra outros elementos da comunidade educativa para além do diretor do agrupamento de escolas ou de escola não agrupada e do coordenador do Desporto Escolar;

g) Invisibilidade Institucional – São escassas as referências ao Desporto Escolar nos relatórios da Avaliação Externa das Escolas produzidos pela Inspeção-Geral da Educação no ciclo avaliativo 2006-2011;

h) Indiscriminação – Não existem mecanismos de discriminação positiva dos agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas em projetos de Desporto Escolar consistentes com os objetivos dos seus projetos educativos, a qualidade das suas práticas e os resultados atingidos;

  i) Alta rotatividade da estrutura – Os elementos da estrutura organizacional do Desporto Escolar nem sempre acompanham a execução dos ciclos ou programas desportivos definidos até ao final.

 3.1.4. Análise Interna (Forças)

a) Reconhecimento – Os alunos, encarregados de educação e responsáveis pelos clubes do Desporto Escolar valorizam muito os benefícios da sua participação nas competições e atividades do Desporto Escolar;

b) Oferta - O Desporto Escolar revela-se de extrema importância nos agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas, tornando mais "rica" a sua oferta educativa, sendo para muitos alunos a única oportunidade de acesso à prática desportiva formal, não formal e informal;

c) Experiência formativa - A participação dos alunos do ensino regular e dos cursos profissionais na organização dos eventos do Desporto Escolar, como atividade de âmbito curricular e de valorização do seu currículo formativo;

d) Inclusão - Elevada participação de alunos com necessidades educativas especiais em atividades do Desporto Escolar e na oferta de modalidades específicas para pessoas com deficiência;

e) Visão integrada - O Desporto Escolar incentiva e forma agentes desportivos (árbitros e juízes, organizadores de competição e outros), e associa aos seus eventos programas complementares para os alunos;

 f) Avaliação – A avaliação dos processos e do grau de satisfação dos alunos, encarregados de educação e responsáveis pelos clubes do Desporto Escolar como meio de suporte à elaboração do plano estratégico do Desporto Escolar;

g) Livre iniciativa – Natureza voluntária de adesão dos alunos ao Desporto Escolar;

h) Organização territorializada – A existência de estruturas organizacionais regionais e locais de proximidade;

 i) Qualificação – Os docentes responsáveis pelos grupos-equipa dispõem de formação científica, técnica e pedagógica adequadas;

 j) Cidadania – Contributo do Desporto Escolar para formar cidadãos conscientes e ativos na sociedade;

k) Valores – Contributo do Desporto Escolar para a promoção de valores, nomeadamente:

 i. Responsabilidade;

 ii. Espírito de equipa;

 iii. Disciplina;

iv. Tolerância;

 v. Respeito.

4. Análise de intervenientes

4.1. Externos 

Intervenientes

Expectativas relativas à DGE

Associações de Pais 

Garantir aos alunos o livre acesso às atividades físicas e desportivas, enquadrados por docentes com habilitação técnica e pedagógica, de forma regular, gratuita e com segurança

Autarquias

Contribuir para o bem-estar e acesso à prática da atividade física e desportiva dos alunos residentes na área da sua jurisdição.

Comité Olímpico de Portugal

Desenvolver nas escolas iniciativas conducentes à difusão e prestígio do ideal olímpico, bem como ao desenvolvimento do gosto pelo desporto.

Comité Paralímpico de Portugal

Divulgar no Sistema Educativo o Movimento Paralímpico e promover o gosto pela prática desportiva, como meio de formação do caráter, de defesa da saúde, do ambiente, da coesão e da inclusão social.

Conselho Nacional do Desporto

Contribuir para a melhoria e desenvolvimento do Sistema Desportivo Nacional.

Confederação do Desporto de Portugal

Assegurar a todos os alunos o exercício do direito ao desporto como fator essencial do seu desenvolvimento integral, tal como está expresso na Constituição da República Portuguesa e na Lei de Bases do Sistema Desportivo.

Federações

Promover cada uma das modalidades para, no futuro, aumentar o número de praticantes federados.

Instituto Português do Desporto e Juventude

Promover a generalização da prática desportiva e a preservação da ética no desporto, bem como o contributo para o desenvolvimento desportivo nacional.

Ministério da Saúde

Promover a atividade física e desportiva como meio de melhorar a saúde e aquisição de hábitos de vida saudável da população escolar.

Ministério da Solidariedade e Segurança Social

Permitir que todos os alunos com deficiência tenham no Desporto Escolar igualdade de oportunidades, discriminação positiva e a sua valorização e qualificação.

Santa Casa da Misericórdia de Lisboa

Assegurar que a receita da exploração dos jogos sociais do Estado é aplicada no Desporto Escolar de acordo com a legislação em vigor.

Estruturas socioprofissionais da Educação Física e Desporto

Estabelecer parcerias conducentes à melhoria do desempenho da função docente no âmbito do Desporto Escolar.

 

Instituições de Ensino Superior

Promover estudos que suportem e promovam o desenvolvimento qualitativo do Desporto Escolar.

 4.2.  Internos

Intervenientes

Expectativas relativas à DGE

Alunos

Garantir o acesso à prática regular de modalidades desportivas do seu interesse;

Assegurar a organização de atividades competitivas e outras de carácter lúdico e recreativo.

Agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas

Apoiar a concretização do Projeto de Desporto Escolar da escola; Disponibilizar apoio financeiro adequado e atempado; Organizar a atividade externa do Desporto Escolar;

Garantir o cumprimento dos regulamentos;

Coordenar a execução Programa do Desporto Escolar.

Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares

Articular a implementação a nível regional dos diversos programas, projetos e atividades do Desporto Escolar; Disponibilizar apoio financeiro adequado e atempado; Garantir o cumprimento dos regulamentos;

Assegurar os recursos humanos necessários ao funcionamento das estruturas organizacionais do Desporto Escolar.

Inspeção-Geral de Educação e Ciência

Garantir o cumprimento dos requisitos legais na gestão escolar e na implementação do Programa do Desporto Escolar.

Governo

Garantir a implementação e o cumprimento da missão do Programa

5. Formulação estratégica

5.1. Visão

Todos os alunos do sistema educativo praticam regularmente atividades físicas e desportivas.

5.2. Missão

Proporcionar o acesso à prática desportiva regular de qualidade, contribuindo para a promoção do sucesso escolar dos alunos, dos estilos de vida saudáveis, de valores e princípios associados a uma cidadania ativa.

5.3. Valores

A atividade desportiva desenvolvida, ao nível do Desporto Escolar põe em jogo potencialidades físicas e psicológicas, que contribuem para o desenvolvimento global dos jovens, sendo um espaço privilegiado para fomentar hábitos saudáveis, competências sociais e valores morais, de entre os quais se destacam:

i. Responsabilidade;

ii. Espírito de equipa;

iii. Disciplina;

iv. Tolerância;

v. Perseverança;

vi. Humanismo;

vii. Verdade;

viii. Respeito

ix. Solidariedade

x. Dedicação;

xi. Coragem

6. Vetores estratégicos e objetivos

De modo a concretizar a Visão e cumprir a Missão do Programa do Desporto Escolar, no período compreendido entre 2013 e 2017, o Programa concentrar-se-á em quatro vetores estratégicos que reúnem um conjunto de objetivos, projetos e ações.

A - Melhorar a oferta desportiva

  • Reforçar a componente de atividade interna (Nível I);

  • Diversificar o leque de modalidades desportivas disponíveis e aumentar o acesso àquelas cujas especificidades técnicas exigem condições especiais;

  • Aumentar a número de atividades para alunos com necessidades educativas especiais.

B – Estimular a procura do Desporto Escolar

  • Aumentar o número de praticantes na atividade interna e externa;

  • Aumentar a taxa de feminização dos praticantes;

  • Aumentar o número de praticantes no ensino secundário.

C - Qualificar a atividade do Desporto Escolar

  • Melhorar o desempenho desportivo dos alunos;

  • Reforçar a articulação entre o Desporto Escolar e o currículo, destacando o seu papel na promoção do sucesso educativo, da inclusão e do combate ao abandono escolar;

  • Alargar e dinamizar a rede de parceiros do Desporto Escolar;

  • Aumentar a formação e atualização de conhecimentos dos intervenientes no Desporto Escolar;

  • Definir e implementar o código de conduta dos Intervenientes no Desporto Escolar.

D -  Consolidar a gestão do Desporto Escolar

  • Implementar uma cultura de exigencia baseada na auto-avaliação e avaliação;

  • Melhorar a comunicação interna e externa do Programa do Desporto Escolar;

  • Implementar um sistema integrado de comunicação.

PARTE II – MODELO ORGANIZACIONAL DO PROGRAMA

1. Oferta desportiva

1.1. Modalidades individuais e coletivas

No período de vigência do Programa do Desporto Escolar são implementadas as seguintes modalidades, sem prejuízo de alterações que a Coordenação Nacional do Desporto Escolar proponha introduzir.

 

MODALIDADES

COLETIVAS

Andebol

Basquetebol

Basebol e Softebol

Boccia

Corfebol

Desportos Adaptados

Futsal

Goalball

Hóquei em Campo

Rugby

Voleibol

MODALIDADES

INDIVIDUAIS

Exploração da natureza

BTT

Escalada

Multiatividades

Orientação

Atividades náuticas

Canoagem

Prancha à Vela

Remo

Surf

Vela

Desportos de combate

Esgrima

Judo

Luta

Taekwondo

Desportos de raquetas

Badminton

Ténis

Ténis de Mesa

Vários

Atividades Rítmicas e Expressivas

Atletismo

Desportos Gímnicos

Golfe

Hipismo

Natação

Perícias e Corridas de Patins

Tiro com Arco

Triatlo

Xadrez

1.2. Níveis de desenvolvimento da oferta desportiva

 

1.2.1. Atividades de Nível I – Conjunto de atividades de promoção e divulgação desportiva organizada na continuidade dos conteúdos curriculares da disciplina de Educação Física. São dinamizadas na componente não letiva dos docentes de Educação Física, no ámbito da autonomía

Dos agrupamentos de escolas  e das escolas não agrupadas.

1.2.1.1. As atividades de Nível I são organizadas pelos Clubes do Desporto Escolar e poderão envolver outros agrupamentos de escolas, e escolas não agrupadas.

1.2.1.2. Para além dss atividades de ámbito interno às escolas , existem ainda Projetos Complementares , dotados de financiamento próprio, organizados por etapas e divulgados pela Coordenação Nacional do Desporto Escolar.

1.2.2. Atividades de nível II – Atividades de treino desportivo regular de grupos-equipa e de competição desportiva interescolar  formal de ámbito local, regional, nacional e eventualmente internacional.

1.2.3. Atividades de Nível III – Atividades de aprofundamento da prática desportiva (treino e competição) em modalidades e grupos-equipa de elevado potencial desportivo.

1.2.3.1. Clubes escolares federados – Constituem os grupos-equipa que optam por participar em competições organizadas pelas federações das respetivas modalidades, desde que integrem alunos do agrupamento de escolas ou escola não agrupada a que pertence o grupo-equipa. Nessas situações, os alunos, além das normas internas ficam sujeitos às normas das respetivas federações.

1.2.4. - Centros de Formação Desportiva – Constituem polos de desenvolvimento desportivo, dinamizados por agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas, em parceria com federações, municípios e parceiros locais. Visam a melhoria do desempenho desportivo através da concentração de recursos humanos e materiais em locais para onde possam convergir alunos de vários agrupamentos, quer nos períodos letivos, quer em estágios de formação desportiva especializada, nas interrupções letivas. 1.2.4.1. Os Centros de Formação  Desportiva  organizam-se em torno de 4 eixos fundamentais:

 a) Atividades de iniciação e aperfeiçoamento desportivo que favoreçam a prática de atividades desportivas, cuja especificidade técnica exija condições especiais, como é o caso das modalidades náuticas, de ar livre e de exploração da natureza, entre outras;

b) Atividades que favoreçam a formação especializada de alunos com interesse, capacidades e aptidões excecionais para a prática de uma modalidade ou disciplina desportiva;

c) Formação e certificação de professores nas vertentes teóricas e práticas de uma modalidade ou disciplina desportiva;

d) Atividades de curta duração que incidam fundamentalmente em estágios de formação desportiva especializada, durante as interrupções letivas.

1.2.4.2. A criação e renovação de Centros de Formação Desportiva decorre da aprovação de candidaturas submetidas nos termos constantes do regulamento do presente programa.

2 – Estrutura organizacional

A estrutura organizacional do Desporto Escolar compõe-se de 3 níveis complementares: uma coordenação de âmbito nacional, cinco coordenações de âmbito regional que incluem 24 coordenações locais e um número variável de Clubes de Desporto Escolar, promovidos pelos agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas.

2.1 – Coordenação Nacional do Desporto Escolar

2.1.1 – A Coordenação Nacional do Desporto Escolar é da competência da Direção-Geral da Educação, tem como uma das atribuições: Coordenar,  acompanhar e propor orientações em termos científico-pedagógicos e  didáticos, para a promoção do sucesso e prevenção do abandono escolar e para as atividades de enriquecimento curricular e do desporto escolar.

2.2. – Coordenação Nacional das Modalidades

 É uma estrutura consultiva, constituída por docentes ou técnicos convidados pela Coordenação Nacional do Desporto Escolar, com reconhecida competência técnica e pedagógica nas diferentes modalidades. Compete à Coordenação Nacional das Modalidades assessorar e propor à Coordenação Nacional do Desporto Escolar, sugestões e pareceres sobre assuntos relativos à promoção e desenvolvimento das modalidades desportivas.

2.3. - Coordenação Regional do Desporto Escolar

2.3.1. De acordo com a Portaria n.º29/2013 de 29 de janeiro compete à Direção- Geral dos Estabelecimentos Escolares “assegurar a implementação a nível regional dos diversos programas, projetos e atividades do Desporto Escolar, em articulação com a DGE.”

2.3.2. No Programa do Desporto Escolar, designam-se por Coordenação Regional, as unidades organizacionais da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares com atribuições específicas no Desporto Escolar.

2.3.3. As Coordenações Regionais do Desporto Escolar são responsáveis por:

a) Elaborar o plano de atividades da unidade organizacional (âmbito regional);

b) Propor o número e âmbito geográfico das coordenações locais do Desporto Escolar, assim como os recursos humanos necessários;

c) Analisar os pareceres das coordenações locais relativos aos Projetos dos Clubes do Desporto Escolar dos agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas;

d) Assegurar a participação dos agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas nos Campeonatos Nacionais do Desporto Escolar;

e) Apresentar à Coordenação Nacional a monitorização das atividades do Desporto Escolar, de acordo com o Plano Anual de Atividades do Desporto Escolar;

f) Organizar e acompanhar as atividades de âmbito nacional realizadas em conjunto com as unidades organizacionais de proximidade;

g) Planear e organizar as atividades de âmbito regional em articulação com as coordenações locais;

h) Promover as ações de formação para os alunos intervenientes no Desporto Escolar;

i) Assegurar a realização das atividades de âmbito nacional que lhe tenham sido delegadas pela Coordenação Nacional, em articulação com as coordenações locais;

j) Apresentar um relatório anual de atividades.

2.4. - Coordenação Local do Desporto Escolar A Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares, através das suas Direções de Serviços Regionais, constituirá equipas para a Coordenação Local do Desporto Escolar. As Coordenações Locais do Desporto Escolar são estruturas de proximidade tendo por atribuições:

a) Elaborar o plano anual de atividades (âmbito local);

b) Dinamizar as suas atividades em articulação com a Coordenação Regional do Desporto Escolar e as atividades nacionais em articulação com a Coordenação Nacional do Desporto Escolar;

c) Promover as ações de formação para os alunos intervenientes no Desporto Escolar;

d) Analisar e dar parecer sobre os Projetos dos Clubes do Desporto Escolar em articulação com a Coordenação Regional do Desporto Escolar; e) Supervisionar as atividades dos Clubes do Desporto Escolar;

f) Apresentar o relatório anual do plano de atividades.

2.5. – Professores de Apoio às Modalidades

2.5.1. Os professores de apoio às modalidades são docentes ou técnicos convidados pela Coordenação Regional do Desporto Escolar que, em função do conhecimento específico das modalidades que representam, colaboram com as Coordenação Regional do Desporto Escolar no cumprimento do respetivo plano de atividades.

2.5.2. As Coordenações Regionais do Desporto Escolar poderão constituir um Conselho Técnico Regional que integra os professores de apoio às modalidades daquela região. Os Conselhos Técnicos deverão articular em primeira instância com a Coordenação Regional do Desporto Escolar que, por sua vez, remeterá à Coordenação Nacional do Desporto Escolar, as suas sugestões e pareceres.

2.6. - Clube do Desporto Escolar

2.6.1. O Clube do Desporto Escolar é a unidade organizacional do agrupamento de escolas ou escolas não agrupadas responsável pelo desenvolvimento e execução do Programa do Desporto Escolar.

2.6.2. Compete ao Clube do Desporto Escolar, através do seu Diretor, elaborar e fazer aprovar anualmente no Conselho Pedagógico do agrupamento de escolas ou escola não agrupada o seu Projeto de Desporto Escolar.

2.7. – Diretor do Clube do Desporto Escolar

2.7.1. Os Diretores dos agrupamentos de escolas e de escolas não agrupadas são, por inerência, diretores dos Clubes do Desporto Escolar, podendo esta competência ser delegada num dos elementos da Direção do agrupamento de escolas ou de escola não agrupada.

2.7.2. O modelo organizativo dos Clubes do Desporto Escolar deverá prever a participação dos vários representantes da comunidade educativa.

2.7.3. Compete ao diretor do Clube do Desporto Escolar:

a) Assegurar a articulação das atividades do Desporto Escolar com a componente curricular, com o Projeto Educativo e com o Plano Anual de Atividades do agrupamento de escolas ou escola não agrupada;

b) Supervisionar as atividades desportivas de extensão e complemento curricular;

c) Promover os estilos de vida saudáveis nos agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas;

d) Submeter à Coordenação Local do Desporto Escolar o relatório anual elaborado pelo Coordenador Técnico do Clube do Desporto Escolar.

2.8. - Coordenador Técnico do Clube do Desporto Escolar

2.8.1. O diretor do Clube do Desporto Escolar designa um docente de Educação Física como Coordenador Técnico do Clube do Desporto Escolar. Este responsável, sempre que solicitado, participa como convidado no Conselho Pedagógico de modo a promover a dinamização da atividade desportiva em meio escolar. Caso entenda, o Diretor pode ainda designar um ou mais adjuntos do Coordenador Técnico.

2.8.2. O Coordenador Técnico do Clube do Desporto Escolar é responsável por planear e supervisionar a preparação, desenvolvimento e monitorização de todas as atividades previstas no projeto do desporto escolar, competindo-lhe em particular:

a) Elaborar o plano anual de atividades do Clube do Desporto Escolar;

b) Organizar atividades que promovam a melhoria da condição física da população escolar;

c) Realizar ações de formação para os alunos com funções de juízes/árbitros;

 d) Elaborar o Dossier do Clube Desporto Escolar;

e) Acompanhar as competições, preencher os relatórios e atualizar os resultados; f) Implementar projetos e ações no âmbito da promoção dos estilos de vida saudáveis;

g) Dinamizar a atividade interna (Nível I);

h) Produzir e apresentar o relatório anual de atividades.

2.9. - Responsável do grupo-equipa

Aos docentes responsáveis pelos grupos-equipa, compete:

a) Elaborar o plano técnico anual do seu grupo-equipa; b) Promover ações de recrutamento de praticantes e de divulgação da modalidade;

c) Realizar as sessões de treino previstas no plano de atividades;

d) Atualizar as fichas de presença e a base de dados;

e) Acompanhar e preparar as competições, jogos e atividades;

f) Realizar ações de formação para os alunos com funções de juízes/árbitros, em articulação com o Coordenador Técnico do Clube do Desporto Escolar;

g) Elaborar o relatório de atividades, que deverá incluir a avaliação qualitativa referente ao desempenho e assiduidade dos alunos.

 PARTE III -  A EBJR e o Desporto Escolar

1-  Resumo histórico

A Escola Básica José Régio de Portalegre, o seu grupo de Professores de Educação Física e Desporto Escolar, têm desde a inauguração da escola em Janeiro de 1993, levado a efeito um trabalho de desenvolvimento e consolidação de uma prática desportiva, regular quer no âmbito da disciplina de Educação Física, quer no âmbito da participação em atividades e competições desportivas, que a estrutura nacional do desporto escolar, e a coordenação de área educativa do Alto Alentejo e outras entidades têm organizado, e que ao longo dos anos foi sucedendo com um significativo aumento de praticantes, e em resultado disso conseguiu-se uma evolução e melhoria de resultados desportivos, e aumento do número de praticantes. A enorme adesão de alunos, professores, desde o primeiro ano, e aumentada nos anos seguintes é elucidativa do trabalho de cooperação entre todos, constituindo-se como um forte incentivo a continuar, se possível ainda com mais entusiasmo empenho e dedicação em cada ano letivo que se inicia.

Enquadrar e acompanhar os jovens talentos já identificados nos anos anteriores e em cada ano é outra das tarefas que temos levado a efeito com as federações, associações distritais e clubes desportivos. No entanto nem sempre este enquadramento com os clubes, e ou associações, tem resultado da melhor forma, seja por falta de corpo técnico dos clubes, seja por falta de condições dos mesmos para este acompanhamento, seja ainda por falta de identificação dos jovens alunos com os clubes, identificados que estão com anos de trabalho com os seus professores de educação física e a sua escola e colegas do dia a dia. E é assim que têm surgido pelo país vários projectos de escolas-clube do desporto escolar, que acabam por se filiar nas associações de modalidades desportivas e assim competem não só no âmbito do desporto escolar, mas também no desporto federado, proporcionado assim aos seus jovens as condições ideais para estudarem e praticarem desporto de forma regular e orientado na escola, uma vez que contam com as condições necessárias para poderem evoluir, já que a escola tem todas as condições desejadas, como instalações desportivas, material desportivo, recursos humanos, acompanhamento.

O desporto escolar foi e é uma referência para todos os alunos que já estudaram e estudam, nas escolas portuguesas e com grande tradição. Consequência da grande adesão de alunos, professores (particularmente de Educação Física) e escolas de todo o país o desporto escolar tem sido nos últimos anos uma das organizações desportivas de maior referência a nível nacional. Como reflexo desta realidade, é possível salientar a importância do envolvimento dos alunos implicados, principalmente ao nível das opções por melhores práticas e hábitos desportivos, mas também ao nível da oportunidade de iniciar uma actividade desportiva de alta competição, tal como sucedeu com alguns dos atuais atletas nacionais. Assim é importante continuar e se possível melhorar toda a dinâmica, experiência e motivação acumuladas nos últimos anos, e deverá ser um importante desafio para todos os intervenientes. Tem sido esta a filosofia que tenho procurar seguir como Coordenador Técnico da Escola Básica José Régio, e  que tenho implementado nesta esta Instituição , e assim pode constituir neste sentido, uma ferramenta útil e prática para outras escolas, professores, pais e encarregados de educação, bem como empresas e marcas que colaboram com a nossa escola, que se queiram associar aos mais jovens, que desde cedo se possam fidelizar nos seus valores e ideias, e que identificando regras básicas de cooperação e inter-ajuda, e possa tornar os nossos jovens mais capazes e saudáveis e lhes incuta desde cedo a importância dos valores de um trabalho sistemático e esforçado como garante de um carreira e vida de sucesso.

2-   O Clube-Escola

 O projecto do Clube-Escola da Escola Básica José Régio Portalegre , surge já no fim do ano de 2014, sendo uma consequência de todo o trabalho desenvolvido ao longo dos últimos anos, de resultados muito positivos, obtidos nas modalidades em que a EBJR esteve envolvida,  o Atletismo, Andebol, Badminton, e Natação, e a motivação de alunos e professores que no ano letivo de 2013/2014 obtiveram excelentes resultados nas diversas competições eefetuadas e essencialmente na modalidade de Atletismo,  competições organizadas na escola e na sua representação nos diversos  campeonatos do desporto escolar, como o distrital de corta-mato, o distrital de Megasprinter, o nacional de corta-mato e o nacional de Megasprinter.

Os expoentes máximos ocorreram no campeonato distrital de corta-mato, onde dos sete títulos individuais que a EBJR disputou conquistou três, e dos seis títulos coletivos que disputou conquistou três, tendo ainda outros bons resultados como 3º, 4º e 5º lugares, com apuramento de seis alunos para o campeonato nacional de corta-mato que 2014 decorreu em Portalegre e onde a Escola Básica José Régio, e toda a estrutura da mesma, estiveram envolvidos na organização, tendo cerca de 400 alunos de todo o país estado alojados, noas suas instalações, dormindo e comendo, no fim de semana de 14 e 15 de Março. Decorrente da participação dos alunos  da Escola Básica josé Régio é de destacar o 46º lugar da  campeã EBJR e distrital de Portalegre no escalão de Infantis B Inês Lameira, e o 3º lugar de Diogo Praxedes também no escalão de Infantis B campeão EBJR, e distrital. Também a participação no Campeonato distrital de Megasprinter se saldou com um excelente desempenho onde a EBJR conseguiu  vários bons resultados,  como um 2º lugar na corrida de velocidade 40metros, dois 3º lugares, no Megakm,  e dois títulos de campeão distrital  no MegaKm, com apuramento direto para o campeonato Nacional  de Megasprinter que se disputou em Lagoa no Algarve em 28 e 29 de março de 2014, e que foi mais um grande êxito, novamente com o destaque dos já referidos dois alunos, campeões distritais, e que se superaram mais uma vez na especialidade de Megakm, conseguindo no caso neste campeonato nacional de megasprinter, um 16º lugar e novo record para a Inês Lameira, e um 3º lugar e novo record para o Diogo Praxedes. De salientar ainda que as equipas de andebol, badminton e natação lideraram  as respetivas classificações nos campeonatos distritais, conseguindo no final títulos para a Escola José Régio.  

Neste sentido em 2015, iniciei negociações com a Associação de Atletismo de Portalegre, e foi constituído um clube- escola  que se filiou nesta Associação (AADP), e foram filiados 23 jovens alunos atletas, que competiram na estrutura federativa, e o clube EBJR,  participou logo nesta primeira época de 2014/15 e com excelentes resultados em 15 competições de âmbito federativo, em complemento com as 5 competições organizadas pela própria escola, e as 8 organizadas pela estrutura do desporto escolar.