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Seminário TEIP – Diferenciação Pedagógica e Sucesso Escolar

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Agrupamento de Escolas N.º 1 de Portalegre

No dia 16 de Fevereiro decorreu no Auditório do Museu da Tapeçaria Guy Fino, o seminário TEIP, subordinado ao tema “Diferenciação Pedagógica e Sucesso Escolar”.

Esta iniciativa promovida pelo Agrupamento de Escolas nº1 de Portalegre em parceria com o CEFOPNA teve como objectivo central promover o debate, a reflexão e a partilha de experiências em torno de questões como o que significa ensinar todos e o que se pode fazer para alcançar esse objectivo.

Das várias intervenções ficou patente que só será possível ter uma escola para todos se conseguirmos uma escola para cada um. Cabe, assim, aos vários agentes da comunidade educativa empreenderem as acções e os esforços necessários para que cada escola, face ao seu contexto e diagnóstico, consiga fazer o caminho que leva à construção de um projecto que permita a personalização do ensino, de forma a ela ser um local que propicie efectiva igualdade de oportunidades.

Na consecução desse projecto, o programa TEIP tem-se revelado um instrumento fundamental, envolvendo toda a comunidade escolar em torno dos seus princípios, contribuindo para dotar os agrupamentos de recursos humanos e ferramentas essenciais para a promoção do sucesso educativo e a redução da indisciplina e da interrupção precoce do percurso escolar, algo que foi salientado pela Directora do Agrupamento de Escolas nº1 de Portalegre, Cristina Santos.

Sendo o abandono escolar um dos maiores flagelos do país, destacou-se a necessidade de melhorar as práticas neste capítulo, através de uma intervenção sistémica, em que a Escola seja, da facto, inclusiva, para todos, onde cada aluno seja encardo como único. Só assim se poderão cumprir os objectivos definidos pela União Europeia com a agenda Europa 20/20: a diminuição do abandono escolar dos 18 para os 10% no final da presente década.

No entanto, segundo a opinião do Professor Joaquim Azevedo, Portugal continua a registar níveis de desistência e abandono muito elevados, apesar de a Escola ter sido a instituição que mais contribuiu para a igualdade de oportunidades durante o tempo da Democracia.

Em seu entender, continua a verificar-se um desfasamento entre a realidade e a legislação, não acompanhando a primeira a velocidade que se tem imprimido ao nível legislativo, referindo a título de exemplo que Portugal foi o primeiro país a decretar a obrigatoriedade da escolaridade primária e o último a pô-la em prática.

Esta voragem legislativa levou a que nenhum jovem, até aos 18 anos, possa fazer qualquer outra coisa para além de frequentar a escola, independentemente das suas motivações e capacidades. Esta unificação conduziu a uma rigidificação, sendo que as respostas educativas diferenciadoras não respeitam as necessidade dos alunos, tendo ao longo do tempo, como consequência, promovido o empobrecimento do currículo, acentuando assim ainda mais as desigualdades, pois como referiu “ao darmos o mesmo a todos, não damos o melhor a cada um”.

Assim, é necessário personalizar, cabendo às escolas elaborar as propostas pedagógicas que mantenham os alunos motivados, através de projectos temporários, onde o trabalho colaborativo adquire particular importância.

Nesse particular, destacou o trabalho realizado pelos professores, pois é este que conduz à diferença. A preocupação que revelem pelos resultados dos alunos e pelas suas aprendizagens será determinante. Daí concluir afirmando a necessidade de se olhar para a Escola com mais coração.

Das restantes intervenções realizadas ao longo do seminário, destaca-se a ideia, generalizada, da importância da diferenciação pedagógica como uma relação dinâmica entre alunos, professores e saberes pois só assim se podem ajustar as práticas de ensino aos alunos que temos, sendo que é um dado adquirido que os alunos não aprendem todos do mesmo modo e com o mesmo ritmo. Como tal, é imperioso diagnosticar, planificar e conceber estratégias de acordo com estes princípios.