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- Editorial -

 

Educar Sempre

A Minha Escola

Crónicas de Aprender

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Editorial

Luísa Moreira
CEFOPNA

 

 

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.

Fernando Pessoa

Não vamos enganar-nos, sequer dourar a realidade. Estamos a viver tempos muito duros, muito difíceis, com a adoção de medidas educativas (e não só) que, sem dúvida, interferem na nossa ação como educadores e, também, como cidadãos. Nas escolas vive-se o desânimo, o desalento, algum desespero e muita frustração. As conversas fazem-se de mágoas, e os protestos, ainda que mudos, tecem-se de dor.

Hoje, o desafio, ou desafios, que se colocam aos docentes, às escolas, não é apenas o de conseguir sucesso no decorrer do processo de ensino e aprendizagem. Pede-se, exige-se!, que a escola funcione com orçamentos reduzidos, que os professores trabalhem sobrecarregados de tarefas e horas, que, enfim, o quotidiano do professor tenha quarenta e oito horas, em vez das vinte e quadro que conhecemos.

O Tempo poderia, compreensivelmente, ser o da desistência, o do encolher de ombros, o do cumprir os mínimos com a consciência, perdoem-me a crueza, de estarmos a dar muito mais do que aquilo que nos pagam… No entanto, não é isso que acontece! Os professores, a tal classe social e politicamente  mal-amada, continuam a trabalhar seriamente, a sacrificar a sua vida privada pelo sucesso do projeto que é a escola.

O presente número da PROFFORMA, já o décimo primeiro, é, temos consciência disso, o mais valioso. Não porque a qualidade dos textos seja diferente, qualidade tem sido sempre apanágio deste projeto, mas porque surge num momento espacialmente duro. 

Embora sobrecarregados e desanimados, os professores continuam a, pela sua escola e pelos seus alunos, fazerem o mais e melhor que podem. E podem muito! Podem, como se prova neste número, continuar a desenvolver projetos, agir a favor da integração social de minorias de diferentes tipos, fazer formação, dar voz aos alunos e, sobretudo, num mundo que parece acéfalo, continuam a PENSAR.

É o pensamento crítico, científico e construtivo, que dá forma à Revista do CEFOPNA. Porque a Escola Púbica tem de fazer sentido, porque é na Escola Pública que a sociedade pode encontrar o alimento da mudança, a génese do sucesso social, a PROFFORMA tem orgulho em poder proporcionar leituras pedagógicas pertinentes. Quando tudo parece falhar, falir, é à Escola que cabe manter o eixo, a coluna vertebral de uma sociedade que, apesar de todos os pesares, quer continuar a manter-se com identidade, razão e pensamento comum.

A todos os que, com muita qualidade, mais uma vez, colaboraram, o nosso imenso obrigada! Vai valer a pena!