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A primeira Aula de Geometria: O que é a Geometria Descritiva? Para que serve?
Ana Amélia Nunes
E “Descritiva”? Porque descreve, não explica. Não se preocupa com a origem das coisas nem com a sua justificação. Independentemente do motivo, cada nova situação é apenas um outro problema. Durante a maior parte dos dois anos em que estudamos Geometria Descritiva, no ensino secundário, estudamos a “dupla projeção ortogonal” ou “sistema de Monge”. A dupla projeção ortogonal foi sistematizada por Gaspar Monge que escreveu “La Geometrie Descriptive” em 1795. Monge “inventou” uma técnica que permitia determinar as melhores posições para escapar ao fogo de artilharia inimiga para uma fortaleza concreta. Com o seu método, os problemas passaram a resolver-se apenas graficamente dispensando cálculos aritméticos. Assim é até à atualidade. Consiste na projecção ortogonal de sólidos e figuras em dois planos, um vertical e outro horizontal, que formam um referencial. Chega a ser elegante pela simplicidade. Na primeira apresentação que Gaspar Monge fez dela foi rejeitada por parecer demasiado simples.
A uniformização na resolução gráfica de problemas construtivos foi a base do desenho técnico de mecânica. Sem a Geometria Descritiva não teriam sido possíveis os desenvolvimentos técnicos relacionados com a revolução industrial. Também no corte de materiais metálicos os métodos de tentativa e erro conduziriam a dispendiosos desperdícios. A descoberta de Gaspar Monge teve enorme importância do ponto de vista tecnológico. Com os desenvolvimentos informáticos aplicados ao desenho e à visualização e construção de modelos tridimensionais, porque continuamos a ensiná-la? Porque assim se conseguem desenvolver capacidades de raciocínio espacial nos alunos que pouco ou nada foram desenvolvidos antes. Aprender e utilizar o Método de Monge desenvolve zonas do cérebro pouco exercitadas nas outras disciplinas.
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