PROFFORMA

REVISTA ONLINE DO CENTRO DE FORMAÇÃO
DE PROFESSORES DO NORDESTE ALENTEJANO

 

 

 

 

 

Implementação e desenvolvimento do Plano de Ação Estratégica do Agrupamento de Escolas de Castelo de Vide

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Agrupamento de Escolas de Castelo de Vide

A Resolução do Conselho de Ministros n.º 23/2016, de 11 de Abril, criou o Programa Nacional de Promoção do Sucesso Escolar (PNPSE), “com a finalidade de promover um ensino de qualidade para todos, combater o insucesso escolar, num quadro de valorização da igualdade de oportunidades e do aumento da eficiência e qualidade da escola pública”. Os princípios sobre os quais assenta este programa dão ainda destaque à função social da escola e dos atores sociais; à criação de dinâmicas locais; à promoção de práticas preventivas do insucesso; e à dinamização de um programa de formação contínua com vista ao desenvolvimento de estratégias inovadoras e indutoras de mudança.

Por outro lado, a mesma resolução determina que a intervenção do Ministério da Educação no Programa é realizada através da disponibilização, em conjunto com os Centros de Formação de Associação de Escolas, de formação contínua de apoio à conceção dos programas e, num momento posterior, à sua implementação, tendo por referência as necessidades de formação resultantes do plano de cada escola; a disponibilização de novos recursos que se mostrem necessários e indispensáveis à consecução desses planos; e apoio à execução dos planos, contribuindo para a sua monitorização, avaliação e eficácia.

Neste contexto, o Agrupamento de Escolas de Castelo Vide (AECV) envolveu todo o pessoal docente desde o início do processo, através de uma reflexão profunda nos diferentes departamentos curriculares e análise em Conselho Pedagógico, corroborando a ideia de que “são as comunidades educativas quem melhor conhece os seus contextos, as dificuldades e potencialidades, sendo, por isso, quem está melhor preparado para encontrar soluções locais e conceber planos de ação estratégica, pensados ao nível de cada escola, com o objetivo de melhorar as práticas educativas e as aprendizagens dos alunos”, conforme menciona a referida resolução.

Após análise das diferentes propostas apresentadas, o Plano de Ação Estratégica (PAE) do AECV pretende assim dar resposta às dificuldades e potencialidades identificadas pelos departamentos curriculares. Verificando-se uma taxa global de sucesso bastante alta, o AECV apostou na melhoria da prática letiva através da inovação pedagógica, dando destaque ao ensino e aprendizagem colaborativos, tendo como referência as competências do séc. XXI: criatividade, capacidade de comunicação, colaboração, competências digitais, pensamento crítico e responsabilidade pessoal e social.

Foram definidas quatro medidas: Português em foco; Matemática da Vida; Alunos, parceiros de mudança; e Professor, parceiro de mudança.

Relativamente à Medida 1 – Português em foco, destacamos:

  • a implementação do Programa Ancoragem, modalidade diversificada de organização do grupo-turma destinada a alunos do 1.º Ciclo. Sendo um projeto inovador no agrupamento, a sua implementação desde o início do ano letivo promoveu o trabalho colaborativo entre docentes e o desenvolvimento de diferentes metodologias de ensino, que têm permitido aos alunos melhorar as suas capacidades e competências ao nível da leitura e da escrita, com vista à superação de lacunas nestas áreas;

  • a continuação da implementação do Referencial “Aprender com a BE”, com vista ao desenvolvimento das literacias da Leitura, dos Média e da Informação, aprofundando-se o trabalho já em desenvolvimento, com recurso ao referencial ou inspirado pelo mesmo, e que confirma o papel determinante que as bibliotecas desempenham na melhoria e enriquecimento das aprendizagens;

  • e os grupos de homogeneidade relativa, que permitem dar uma resposta mais individualizada às necessidades manifestadas pelo alunos.

Importa referir que a lecionação partilhada de Português com Expressão Dramática, uma das apostas apresentadas que melhor poderia dar resposta a uma estratégia inovadora e indutora de mudança, não se concretizou por não ter sido possível contratar o recurso humano necessário, isto é, um Licenciado em Teatro; a indisponibilização de “recursos necessários e indispensáveis à consecução do plano”, por intervenção do Ministério da Educação, determinou, à partida, a impossibilidade de cumprir um dos objetivos previstos nesta medida.

Na Medida 2 – Matemática da Vida, salientamos igualmente os grupos de homogeneidade relativa, a diversificação de formas e instrumentos de avaliação formativa e a consolidação de estratégias de ensino diversificadas, por exemplo através da explicitação de conteúdos em cartazes para afixar na sala de aula. De destacar também uma abordagem curricular inovadora por parte de dois docentes (8º e 9º anos) que se encontram a trabalhar conteúdos comuns em trabalho colaborativo com os alunos dos dois anos de escolaridade ao mesmo tempo, ainda que de forma pontual. É igualmente de referir a participação alargada nos Jogos Matemáticos e Literacia 3D, que se revelam importantes em termos de motivação para o estudo da Matemática.

Em relação à Medida 3 – Alunos, parceiros de mudança, damos aqui destaque:

  • à implementação de um Programa de Competências Pessoais e Sociais para os alunos do 7º ano;

  • o reforço da integração da “Educação Artística” na abordagem curricular;

  • e a divulgação, em articulação com a BE, de recursos e ferramentas digitais, a par do trabalho colaborativo entre alunos, como determinantes no desenvolvimento das Competências do Séc. XXI.

Nesta medida, os constrangimentos verificados decorrem mais uma vez da falta de recursos humanos necessários, nomeadamente noutra das grandes apostas do agrupamento em termos de inovação e estratégia de mudança, através da introdução da Filosofia para Crianças, na área de Oferta Complementar, para os 2º e 7º anos de escolaridade.

Finalmente, na Medida 4 – Professor, parceiro de mudança, salientamos:

  • a articulação vertical/trabalho colaborativo entre docentes;

  •  as coadjuvações;

  • a Aprendizagem Baseada em Projetos (Projet-Based Learning), em desenvolvimento com uma turma de 7º ano;

  • e as ações de formação propostas, algumas já em curso, com participação alargada do AECV, nomeadamente “A utilização da CLOUD como instrumento pedagógico de partilha” e “Projeto Aprender”.

No âmbito do ensino e aprendizagem colaborativos, realizaram-se já, por iniciativa do AECV, dois workshops, ambos promovidos pela Direção-Geral da Educação (DGE), através da Equipa de Recursos e Tecnologias Educativas (ERTE), destinados ao pessoal docente:

  • Workshop de apresentação da iniciativa "Laboratórios de Aprendizagem/Future Classroom Lab (EUN)", que pretende divulgar vários projetos promovidos pela European Schoolnet (EUN), no qual foram apresentadas e testadas algumas ferramentas digitais que apoiam atividades de aprendizagem de cenários de sala de aula do futuro, por uma das embaixadoras LA/FCL;

  • e Workshop dinamizado pelo Coordenador Nacional da iniciativa CO-Lab (Collaborative Education Lab), sobre Ambientes Educativos Inovadores/Sala de aula do futuro, no qual se refletiu sobre a aprendizagem colaborativa em contexto de sala de aula e espaços inovadores de aprendizagem.

Nesta medida, é ainda de destacar a divulgação e promoção do uso de recursos e ferramentas digitais em contexto letivo e não letivo, dinamizadas pela BE, algumas já adotadas por vários docentes, por exemplo Google Classroom, Padlet, Socrative, Plickers, entre outras.

Ainda, e paralelamente à conceção e implementação do PAE, é de referir que o AECV se encontra a desenvolver o seu Plano de Ação de Melhoria, iniciado no ano letivo anterior, no contexto da autoavaliação do agrupamento, tendo as medidas do PAE sido articuladas com as ações de melhoria definidas, o que permitirá obter dados concretos dos impactos e rentabilizar todo o processo.

 

 Trabalho autónomo – Projeto “Aprender com a BE” – 8º ano

 

Aprender a escrever com o programa “Ancoragem” 1º/2º  anos

 

Trabalho autónomo – Programa “Ancoragem” – 1º/2º anos