No último número da PROFFORMA,
publicámos um artigo intitulado “Construir possíveis: contributo dos pais e
encarregados de educação para o sucesso escolar” (Serrano, 2016), no qual
voltámos a refletir sobre as estratégias que estão ao nosso alcance para
tornar possível a construção de uma parceria de sucesso entre a escola e a
família.
Considerámos que uma ótima
relação/parceria entre a escola e a família depende da implementação de
algumas estratégias. É, pois, necessário encontrar formas organizadas de
trabalho em equipa, mais momentos de reflexão, de partilha, de formação
conjunta e de diálogo numa perspetiva de desenvolvimento pessoal e familiar.
Importa, igualmente, criar meios de informação e de comunicação mais
eficazes e eficientes entre as partes, assim como fomentar o trabalho
colaborativo e cooperativo entre os diferentes atores.
No entanto, reconhecemos que os
caminhos e estratégias evidenciadas poderão ser diferentes de escola para
escola e de família para família, dado que as culturas, as sensibilidades, e
as lideranças se apresentam, também elas, diversas, pelo que perspetivamos
que o trabalho colaborativo e cooperativo entre os diferentes intervenientes
poderá vir a revelar-se mais bem-sucedido nuns casos do que noutros.
Julgamos que a discussão desta
temática continua na ordem do dia, razão pela qual consideramos que na
escola do século XXI os pais e encarregados de educação (pais/EE) deverão
assumir de forma ativa e dinâmica o seu papel na escola, pois esse
contributo pode fazer a diferença no que diz respeito à qualidade da
educação dos seus educandos.
Numa outra perspetiva, referimos que
escolas com portas abertas à família permitem a construção de profícuas
relações de parceria, acreditando sempre que uma escola de possíveis poderá
ser uma realidade e não uma utopia.
Apesar do trabalho até agora
desenvolvido na escola pelos diversos elementos da comunidade educativa,
será que pensamos em colaborações impossíveis? Na literatura encontramos
muitas abordagens e referências quanto a esta questão: Silva desenvolve a
sua teoria em torno de uma suposta “relação armadilhada” (2003). Já Araújo
(2015) relembra a necessidade do diálogo sobre a “difícil relação” entre
pais/EE, alunos e docentes ou ainda, de acordo com o tema do encontro CPCJ/EPIS[1],
será que esta é uma tarefa e uma missão impossível? Será que pensamos em
estratégias que só à escola poderão interessar? Como conclusão, salientámos
na altura, e voltamos a salientar agora, que importa pensar em construir
possíveis! Possíveis participações, possíveis caminhos conjuntos, possíveis
relações de sucesso, a bem das nossas crianças e jovens que sonham com uma
escola onde possam crescer com alegria, com confiança, e com esperança.
Assim, respeitando os objetivos de
dar continuidade à temática referente ao Programa Nacional de Promoção do
Sucesso Educativo (PNPSE), enunciados atempadamente para o número 20 da
PROFFORMA, sob a forma de dar voz aos atores que podem ajudar a fazer a
diferença no processo, nomeadamente os professores e os pais/EE, propomo-nos
evidenciar o trabalho de um grupo de pais/EE que decidiram, no presente ano
letivo, “Re”criar uma associação de pais de forma voluntária. Auscultámos os
autores e atores deste projeto de ação que visa, não a crítica ao que
existe, mas fazer mais pela melhoria da relação escola/família favorecendo
assim o bem-estar das crianças na escola, bem como o seu desempenho, na
convicção de que esta mudança é possível se todos se empenharem em torná-la
uma realidade. Pais/EE, docentes, alunos, funcionários e representantes da
comunidade são os responsáveis por esta “obra” cujo objetivo principal é
fazer com que a escola seja cada vez mais um espaço de sucesso e de
felicidade.
Uma das autoras que tem investigado
de forma exaustiva esta vertente do envolvimento da família e da comunidade
é Joyce Epstein, fundadora da National Network of Partnership Schools[2],
da Johns Hopkins University, com a convicção e o conhecimento, baseado em
muitos programas bem-sucedidos, de que este envolvimento pode ajudar a
melhorar o desenvolvimento e as aprendizagens dos alunos (Johns Hopkins
University, National Network of Partnership Schools, 2017).
Esta autora define seis
características de participação que podem fazer a diferença, nomeadamente, a
parentalidade, a comunicação, o voluntariado, o aprender em casa, as
decisões e a colaboração com a comunidade (citada por Francis Howell School
District, 2015).
Propomo-nos assim contar a história
da “re”criação da Associação de Pais da EB1/JI n.º 12 (Amoreiras) em
Setúbal, como um exemplo de boas práticas do envolvimento familiar na
escola, com o recurso a alguma documentação produzida pela mesma.
Fig. 1. Convite/Convocatória
Vamos, de seguida, relatar como esta
ideia feliz se tornou realidade. Através de registos por nós obtidos sob a
forma de questionário, de entrevista e de reuniões formais e informais,
foi-nos permitido assinalar um conjunto de atividades que passamos a
mencionar.
Tudo começou depois de
eu ter ido à última reunião da anterior associação, na qual
estiveram presentes apenas dois pais!!! Fiquei dececionada com a
falta de participação, bem como com o facto de não haver quem
representasse a escola e lutasse pelos interesses dos nossos
filhos. Comuniquei essa situação na reunião de pais e foi nesse
mesmo dia que um grupo de mães, com o apoio e incentivo da
professora, decidiu que estava na hora de arregaçar as mangas.
Só não sabíamos bem como.
A escola faz parte do
quotidiano familiar, pelo que uma participação ativa e positiva
promove uma relação saudável e uma consequente motivação dos
alunos.
Desde a creche que faço
questão de ser uma mãe presente, e sinto sempre o orgulho do meu
filho quando me envolvo no seu percurso escolar.
E assim os primeiros
passos estão a ser dados rumo à mudança, as sementes já foram
lançadas.
Catarina Mourão |
Nunca pensei que a
reunião de 27 de outubro me marcasse tanto... e demonstrou que
vale a pena acreditar, mesmo que agora ainda não haja mais pais
a participar... pelas variadíssimas razões que com certeza terão
e que serão legítimas (pelo menos para eles...).
A participação dos pais
não será de todo fácil: uns porque são pais ausentes (por
natureza); outros, apesar de pais presentes, acham que os outros
pais resolvem; outros pais porque os empregos precários impedem
a participação (embora com o direito de ir à escola,
desconhecem-no); outros porque não têm suporte familiar para que
possam estar presentes e tudo continue assegurado em casa na sua
ausência... Enfim, estes são motivos que tenho vindo a
constatar... e ainda acrescento que há outros por vergonha do
comportamento do educando...
Acho que o investimento
naquela escola levará algum tempo..., mas continuo a achar que é
possível e trará mais-valias com certeza.
Acredito na parceria
escola-família em prol do sucesso das crianças (sucesso
educativo, mas também de desenvolvimento pessoal e social).
Se formos capazes de ver
os professores como aliados, como parceiros, como mais uma
pessoa que contribuirá para o desenvolvimento do nosso educando
vamos ser capazes de elogiá-los quando concordamos com as
atividades, pelos resultados que o nosso educando atingiu, pela
melhoria do seu comportamento, e até pelo reparo justamente
aplicado a determinado comportamento, etc..., mas também vamos
ser capazes e estar à vontade para, assertivamente, dizer-lhe
que não concordamos com alguma situação em concreto.
Perceber através dos
professores a dinâmica da escola, os materiais (ou a sua
inexistência), as condições físicas da sala de aula, os
conteúdos a lecionar, os obstáculos, confrontando-os com a visão
das crianças, talvez seja a fórmula para que enquanto pais e
encarregados de educação, de forma isenta enquanto associação,
possamos contribuir para a melhoria das condições de ensino
daquela escola.
É nisso que acredito,
que devemos pelo menos demonstrar que estamos presentes, estamos
"com" a escola, não se tratando de um jogo de forças sobre quem
educa e quem ensina, mas sim numa sinergia para o bem comum que
é a educação das crianças, os nossos futuros adultos.
Identificados os
constrangimentos importa saber quem tem competência para a
respetiva resolução e a APEE ou os pais podem e devem contribuir
para a sua agilização.
Acrescento ainda que
considero fundamental que a criança perceba que os pais sabem o
que se passa na escola, presentes fisicamente ou não. Mas tão ou
mais importante do que serem vistos fisicamente na escola, será
o discurso que possam ter com eles em casa. Pais que conhecem os
professores, que sabem o que foi o almoço, que percebem porque
choveu na sala de inglês ou porque é que a sala está fria... ou
quem é a professora de inglês... que houve uma substituição do
professor...
Bem hajam! Tem sido um
privilégio conhecê-los cada vez melhor!
Vânia Carvalho |
Todas as escolas
deveriam ter uma associação de pais e encarregados de educação e
a sua frequência deveria ser obrigatória, tal como acontece com
os seus educandos.
Deveria ser obrigatória,
porque os pais e encarregados de educação não se podem demitir
das suas obrigações como educadores que são, ou que deveriam
ser.
No início, senti que
tinha a obrigação de participar na Associação e voluntariei-me
para fazer parte dos corpos sociais.
Em apenas três meses de
atividade, sinto que estou apaixonado pela Associação.
Deparei-me com um grupo
de pais e mães motivados para ajudar a escola a ser melhor.
Motivados para colaborarem com a escola. Motivados para fazer o
bem. Motivados para puxar pelos sorrisos dos alunos. Motivados
para sermos novamente crianças, sem qualquer tipo de vergonha.
Que bom poder voltar a
ser interveniente direto numa escola. Que bom ver aqueles olhos
brilhantes a olhar para mim quando estou a fazer uma atividade
numa sala de aula. Que bom ver que a escola é um local de
alegria e felicidade.
Como não poderia estar
apaixonado pela escola.
É muito bom fazer parte
de uma Associação de Pais.
Paulo Anacleto |
Quando no início do ano
letivo de 2015-2016 a professora nos “convidou” para sermos
representantes dos pais da turma, nunca pensei o que daí viria e
o significado que iria ter futuramente.
Confesso que
inicialmente estava um pouco dececionada com esta história da
criação da Associação de Pais. Pois, houve alturas em que pensei
que seria mais uma iniciativa que não iria dar em nada.
Num determinado momento,
a professora enviou-me um sms para ir a uma reunião dos
representantes de pais e os membros do Agrupamento, nessa altura
pensei que seria uma boa hipótese para falar com os outros pais
sobre a Associação, mas só estávamos 3 representantes.
Outra situação, quando
marcámos uma “reunião” para “arrancarmos”, estávamos 2 pessoas,
até “reunimos” no café em frente à escola e ficámos com toda a
documentação da antiga associação dentro de dossiers, sem nada
entendermos daquilo.
Mas hoje faço parte
desta Associação de Pais com muito orgulho! E acredito que esta
equipa tem tudo para conseguir os objetivos e principalmente os
objetivos dos nossos filhos.
Inês Pereira |
Quando perguntei às
assistentes operacionais se a escola tinha associação de pais,
consegui perceber que estava a nascer um projeto muito
interessante. Mas estava muito longe de imaginar que o encontro
de dia 27 de outubro de 2016, num refeitório sem espaço para
mais pessoas (pais, mães, encarregados de educação, familiares,
docentes, coordenadora, elementos da direção e outros) pudesse
assumir-se como um momento memorável e inesquecível. Pareceu que
foi tudo muito fácil e tudo aconteceu. Conseguiu-se constituir a
associação de pais/EE, houve participação, envolvimento,
motivação, colaboração, partilha, para passar das intenções à
ação. A partir deste momento, tem sido um rol de atividades e de
entrega, que somente quem está embrenhado na ação pode
compreender a qualidade e dinâmica desta equipa de voluntários
que se preocupa com a educação dos seus filhos na escola e
decidiu de forma ativa avançar.
Orlando Serrano |
Logo após a constituição da
Associação de Pais, esta assumiu a missão de dar resposta a um conjunto de
iniciativas, a saber:
-
Ser um agente ativo de
dinamização e consciencialização na defesa dos valores fundamentais da
família e da importância do educador.
-
Fomentar a colaboração e
diálogo efetivos entre os pais/encarregados de educação e a restante
comunidade educativa.
-
Comunicar e interagir com
os pais e encarregados de educação, associados ou não, no que diz respeito
quer às atividades desenvolvidas, quer ao funcionamento da escola e da
política educativa.
-
Apoiar e desenvolver
iniciativas de carácter educativo ou social, por iniciativa própria, ou
sempre que para tal seja solicitada a sua colaboração, quer pela escola,
quer pelas estruturas do movimento associativo (COSAP - Concelhia de Setúbal
das Associações de Pais, FERSAP - Federação Regional de Setúbal das
Associações de Pais, CONFAP - Confederação Nacional das Associações de Pais)
ou outras entidades interessadas no sucesso educativo e integração saudável
dos alunos na comunidade.
-
Promover o sucesso
escolar, a motivação e o envolvimento de todos os agentes, valorizando as
competências dos alunos e sendo um agente facilitador de medidas preventivas
de insucesso e de ações que promovam o sucesso.
-
Promover e ser
interlocutor pela igualdade no acesso à educação.
A equipa de pais/EE voluntários
passaram da teoria à prática e da escrita à ação através de um plano de
atividades inicialmente concebido e aprovado por todos. Porém, não obstante
este plano ser muito abrangente, está a acontecer o surgimento de novas
atividades, o que revela que este documento é dinâmico e aberto a uma
evolução natural com o decorrer do tempo. Assim, para além das funções
normais de uma associação de pais/EE, foram debatidas algumas ideias sobre
áreas de intervenção interessantes, alinhadas com o projeto educativo do
agrupamento, considerando também a especificidade da escola. Inicialmente,
foram identificadas as seguintes áreas:
-
Saúde escolar;
-
Inclusão e desenvolvimento de
alunos com Necessidades Educativas Especiais;
-
Segurança (incluindo infraestruturas e segurança rodoviária);
-
Educação para a cidadania
(incluindo o voluntariado);
-
Workshops/palestras de
aconselhamento parental em várias áreas.
Muito naturalmente, surgiu a
primeira atividade que envolveu todos os atores da comunidade educativa, com
o seguinte programa:
17h-18h30 – “Vamos cantar as
janeiras nas Amoreiras”
18h30-19h – Lanche temático para
participantes/convidados
19h – 19h30 - Apresentação da APEE
das Amoreiras – Órgãos sociais e plano de atividades (Inclui perguntas e
respostas + entrega de folheto informativo)
19h30-20h - Visita guiada às
instalações da Escola
20h – Encerramento do Evento
Foi então cantado o Natal dos
Simples de José Afonso em cada sala de aula, com a participação de pais e
familiares, representantes da Junta de Freguesia, docentes e coordenadora da
escola e diretor do Agrupamento. As crianças quebraram a rotina,
participaram numa atividade diferente e enquadrada no o calendário festivo,
houve envolvimento de toda a comunidade educativa e aconteceu uma surpresa,
uma turma retribuiu com as suas janeiras.
Esta iniciativa foi notícia na
Newsletter do Agrupamento, concluindo com a seguinte mensagem:
Assim começou um novo ano na escola,
com a apresentação da nova APEE e com a partilha de desafios e ideias entre
todas as partes interessadas. Com diálogo e partilha estamos prontos para
criar, inovar e desenvolver modelos de educação mais participativos e
inspiradores para toda a comunidade escolar.
Fig. 2. Atividade “Cantar as
Janeiras”
Gostaríamos também de apresentar a
atividade intitulada “A árvore dos afetos”, desenvolvida no mês de fevereiro,
com os seguintes objetivos: promoção do desenvolvimento de competências
pessoais e sociais em sala de aula e em família, dando oportunidade à
criança para se expressar sobre os seus sentimentos, melhorando o
reconhecimento e a verbalização de emoções.
Esta atividade teve a duração de uma
hora e foi dinamizada por pais e encarregados de educação voluntários e teve
a seguinte estrutura: apresentação da atividade através da definição do
conceito de sentimento, como por exemplo, um sentimento é o que se passa no
coração – podemos estar tristes ou contentes. Após resposta à questão: que
sentimentos/emoções conhecemos, escreveu-se no quadro os resultados do
brainstorming. Depois, foi pedido aos alunos para escolherem um
sentimento/emoção entre os cartões disponíveis num saco, no sentido de
escreverem o que sentiam nessa situação num cartão coração (Ex: sinto-me
feliz quando…; sinto-me com coragem quando…; sinto-me tranquilo quando…;
sinto medo quando…). Esta tarefa foi adaptada na sessão que decorreu no
jardim de infância. No final, os alunos colocaram o seu testemunho na
cartolina com a “Árvore dos afetos”.
Após a preparação da atividade, que
implicou a compra e elaboração dos materiais necessários, da distribuição
dos pais e encarregados de educação voluntários para a realização da mesma
em articulação com os docentes e coordenadora de escola, deixamos alguns
comentários que ilustram a qualidade desta iniciativa:
No início da aula e no
fim, fiz um pequeno exercício simples com eles para se
concentrarem e focarem – dar as mãos, fechar os olhos, respirar
fundo e pensar em coisas felizes. E funcionou muito bem.
Vânia Guerreiro
|
Até a mim a atividade
acalmou, a música foi uma boa ideia muitos meninos ficaram com
as emoções à flor da pele. Foi maravilhoso!
Sónia Branco |
Dei uns smiles com
emoções para os alunos pintarem e escreverem nas costas uma
frase do tipo: estou triste quando... para levarem e darem aos
seus pais. Uma menina estava já a pintar e reparei que tinha
lágrimas nos olhos... cheguei-me à sua beira e falei baixo com
ela. Descobri o porquê do seu choro. O smile que lhe calhou em
sorte foi o smile triste. E ela escreveu nas costas: EU FICO
TRISTE QUANDO OS MEUS PAIS DISCUTEM. Dei-lhe um abraço cheio de
carinho sem que os colegas dessem por isso e falei-lhe: Agora,
quando chegares a casa, vais dar esta prenda aos pais. Eles vão
gostar. Ela disse-me que sim, que ia fazer isso.
Paulo Anacleto |
Paulo, tenho vindo a
aprender com a minha vida profissional (embora as organizações
tenham de traduzir o resultado do nosso trabalho em números e
indicadores)... que se conseguirmos fazer a diferença nem que
seja a apenas uma criança/pessoa já valeu a pena...
provavelmente foi o que conseguiste fazer com essa menina...
Gratidão... sim! Grata
por fazer parte desta nova equipa!
Vânia Carvalho |
Que semanas! Tem sido
muito bom! Que momentos únicos!
É tão bom voltar à
escola com uma turma tão fixe como a nossa :)! O sentimento que
escolho hoje partilhar convosco é gratidão :)
Vânia Guerreiro |
Ao ler todos os vossos
testemunhos, cada vez sinto-me mais triste por não ter
conseguido participar. As emoções estiveram ao rubro e confesso
que fiquei com as lágrimas nos olhos com a vivência das vossas
experiências.
Inês Pereira |
Estes testemunhos sentidos,
relativamente às 12 experiências desenvolvidas em sala de aula, foram
momentos únicos de partilha e envolvimento entre os diversos atores da
comunidade educativa.
Fig. 3. Atividade “árvore dos afetos”
I
Fig. 4. Atividade “árvore dos afetos”
II
Apresentamos também algumas emoções
e sentimentos manifestados pelas crianças durante a atividade na sala de
aula:
-
Eu sinto-me muito feliz quando
a minha Mãe e o meu Pai me dão miminhos.
-
Sinto amor pela minha família.
-
Sinto-me triste porque não
vejo os meus familiares há anos.
-
Sinto-me feliz pelas férias de
carnaval.
-
Eu sinto-me motivado quando
vou para a Escola.
-
Sinto-me feliz porque estou na
escola.
-
Sinto-me triste quando estou
sozinha.
-
Sinto-me alegre quando vejo as
minhas amigas.
-
Sinto-me triste quando não
tenho ninguém para conversar.
-
Sinto-me feliz quando estou na
sala de aula.
-
Sinto-me muito feliz quando os
meus amigos brincam comigo.
-
Sinto-me feliz quando me dão
abraços.
-
Sinto-me ansiosa quando faço
um teste e um ditado.
-
Sinto-me zangada quando me
irritam.
-
Sinto-me feliz quando ganho e
jogo futebol.
-
Sinto nojo quando tenho de
comer caracóis.
-
Sinto-me triste quando estou
zangada com alguém.
Confiança, coragem, amor, paixão,
saudade, vergonha, inveja, tristeza, amizade, partilha, fúria, felicidade…
são emoções com as quais as crianças têm de lidar no dia a dia na escola e
em casa. No entanto, é na escola que estas passam mais tempo útil e,
portanto, o trabalho a realizar sobre estes sentimentos tem de ser de
continuidade entre escola e família, no convívio com os pares e na
observação dos modelos à sua volta.
Para enquadrarmos melhor esta
atividade recorremos à literatura recente (Costa & Cravo, 2016) e
verificámos que outras estratégias práticas podem ser utilizadas em contexto
de sala de aula, como por exemplo a caixinha das emoções, o dicionário das
emoções e diversas outras propostas que ajudam a criança a lidar com os
inúmeros acontecimentos de grande carga emocional com os quais se depara
todos os dias nos diferentes contextos, mas ao mesmo tempo ajudam também no
conhecimento de si próprio.
Tal como o papel dos pais/EE na
escola é fundamental, o contributo dos assistentes operacionais no
acompanhamento diário e direto nas diversas atividades que acontecem na
escola é essencial para o desenvolvimento das crianças e dos jovens. O
trabalho destes profissionais no jardim de infância assume um papel de maior
proximidade afetiva, tal como os educadores de infância. Educadores e
assistentes operacionais são, para além da família, quem estabelece um maior
vínculo emocional com a criança nos primeiros anos de vida. No primeiro
ciclo do ensino básico, as assistentes operacionais que acompanham as
crianças durante os quatro anos de permanência na escola criam laços de
amizade, de afetividade, de carinho, não somente com as crianças, mas também
com as famílias que regularmente comparecem na escola. Estes profissionais,
para além da colaboração que prestam às coordenações de estabelecimento e
aos professores titulares, têm uma ação próxima com as crianças fora da sala
de aula e, por vezes, adquirem um grau de confiança e de amizade muito
particular.
Não poderíamos, pois, deixar de os
ouvir e de promovermos um momento informal de conhecimento e de partilha de
opiniões numa das salas de aula durante o mês de fevereiro de 2016. Todas as
opiniões manifestadas foram favoráveis a uma participação ativa e dinâmica
dos pais e encarregados de educação na vida da escola. Estão muito
disponíveis para colaborar e gostariam de ver mais atividades desenvolvidas
na escola com a participação dos pais/EE. Outro tema que foi consensual e
abordado neste encontro foi a escassez de assistentes operacionais nesta
escola.
Este estabelecimento do 1.º ciclo do
ensino básico tem atualmente 11 turmas, do 1.º ao 4.º ano, funcionando em
três regimes (turno da manhã – 08h00 às 13h15 –, turno da tarde – 13h30 às
18h45) e turno misto (09h00 às 16h30) e tem uma Unidade de Ensino
Estruturado (UEE) para alunos referenciados com necessidades educativas
especiais (NEE) que se enquadram nas perturbações do espectro do autismo.
Face a esta realidade, a presidente
da associação de pais/EE, Vânia Guerreiro, em missiva enviada à
Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares, considerou que o número
reduzido de assistentes operacionais compromete vários fatores que aos
representantes dos pais e encarregados de educação dos alunos lhes parecem
fundamentais para a evocada qualidade da escola e segurança dos alunos,
nomeadamente:
-
Segurança dos alunos à
entrada e saída do estabelecimento escolar, particularmente no controlo de
entradas e saídas no portão principal, nos vários horários.
-
A segurança física dos
alunos durante as pausas letivas, visto que a área exterior e interior do
edifício escolar é bastante vasta e exige maior vigilância sobre as
atividades dos alunos.
-
A limpeza dos vários
espaços escolares – salas, casas de banho, zonas de recreio e refeitório –
durante as várias mudanças de turnos e rotação de alunos durante o dia pelos
vários espaços.
-
O acompanhamento do horário
do almoço no refeitório da escola e apoio aos alunos, incluindo aos alunos
da Unidade de Ensino Estruturado.
Nessa missiva, considerou ainda que
o sucesso escolar não se mede apenas através dos índices de abandono escolar
ou de rankings de notas médias em exames nacionais. A satisfação e bem-estar
de todas as partes interessadas que trabalham diariamente nos
estabelecimentos escolares são indicadores essenciais para a promoção de
ambientes de aprendizagem seguros, saudáveis e motivadores. A valorização e
capacitação do pessoal não docente é determinante para a qualidade do ensino
e, em particular, na Escola Básica n.º 12 de Setúbal. Além do mais, a não
valorização das funções do pessoal não docente nas escolas, através da
redução de contratações, compromete igualmente a sustentabilidade social e
de emprego qualificado no concelho de Setúbal.
Parece-nos que a valorização destes
profissionais no seu trabalho diário com as crianças é uma prioridade,
porque consideramos que as assistentes operacionais também assumem grande
responsabilidade pela educação dos nossos filhos.
Nestas atividades, os professores
também se envolveram numa participação ativa com as crianças e os pais/EE.
Gostaríamos de salientar que reconhecemos que a atividade docente, apesar de
todos os contratempos sobejamente conhecidos, tais como: turmas grandes,
escassez de recursos humanos, edifícios degradados, falta de aproveitamento
das novas tecnologias de informação e de comunicação, frequentes alterações
curriculares, entre outros, tem um papel primordial na formação pessoal e
educacional das crianças e dos jovens.
Abaixo, indicamos dois contributos
de docentes da Escola Básica n.º 12 de Setúbal que fizeram o favor de
responder à questão por nós colocada, relativa à participação positiva dos
pais na escola ser um fator determinante no sucesso escolar dos filhos, no
âmbito da relação Escola/Família.
Penso que é uma
mais-valia que os pais colaborem com a escola e que planeiem
atividades, em conjunto, com os professores titulares de turma.
Se os pais colaborarem
com os professores e se houver uma parceria coesa, irá
refletir-se nas aprendizagens e sucesso dos alunos. Os
intervenientes no processo/aprendizagem não podem estar de
costas viradas mas, sim, fazerem um trabalho colaborativo entre
a família e a escola de forma a melhorar os resultados
escolares.
Os alunos têm de sentir
que os pais estão ao par das suas aprendizagens e se interessam
pelos seus progressos.
Anónimo |
Na minha opinião, a
participação ativa da família na vida escolar do aluno é sempre
vista como uma mais-valia. Considero que quando os pais se
envolvem e demonstram interesse nas atividades e aprendizagens
realizadas na escola, o aproveitamento escolar dos alunos
melhora consideravelmente.
A escola e a família não
podem ser duas coisas distintas, uma vez que ambas contribuem
para a formação social e pessoal da criança.
Nestes anos como
docente, pude verificar que sempre que há um envolvimento dos
pais na vida escolar dos alunos, estes apresentam um rendimento
escolar mais coeso. Deste modo, a porta da minha sala estará
sempre aberta para qualquer membro da família que deseje
realizar com a turma qualquer tipo de atividade.
Paula Oliveira |
A mesma questão foi colocada a
investigadores e professores do ensino superior público politécnico que
amavelmente se disponibilizaram a colaborar e cujas respostas se apresentam
abaixo:
Construir a ação educativa como
resultado de uma parceria efetiva entre o jardim de infância/a
escola e a família constitui-se como condição indispensável para
o desenvolvimento de boas práticas e, por consequência, de um
maior sucesso educativo. Os estudos atuais de que hoje nos
podemos socorrer para sustentar as práticas nesta matéria
dão-nos conta da indispensabilidade de uma relação positiva,
colaborativa e em coparticipação. Essa parceria, ou relação de
cumplicidade, permite vários olhares e, por isso, várias ações
perspetivadas num maior conhecimento da criança (pessoa em
desenvolvimento/transformação/aprendizagem) e, nesse sentido,
tornam-se mais responsivas.
Dos estudos de investigação orientada
desenvolvidos em jardins de infância, sob a minha
responsabilidade, destaca-se de modo claro que quando essa
relação é vivida ativa e genuinamente, apesar de nem sempre ser
fácil de operacionalizar, existe por parte das crianças uma
forte predisposição, maior envolvimento e segurança nas
atividades do dia a dia (sempre que vivem e sentem a proximidade
e participação dos pais, irmãos/ãs, tias, avós); existe um maior
interesse dos pais pela vida dos filhos na instituição
educativa; e existe na intencionalidade da ação educativa
desenvolvida pelas/pelos docentes uma maior fundação em
conhecimento construído sobre os interesses e as necessidades
educativas das crianças. Isto significa que o currículo em
construção e gestão, quando assente na colaboração e
coparticipação da família, se torna mais significativo e
responsivo a todas as crianças.
Esta relação afirma-se como
necessária e situada não só em momentos específicos (festas,
entrega de avaliações…) mas ao longo do percurso
educativo/ensino das crianças, tratando-se de um trajeto de
cidadania, para o qual todos devem contribuir –
educadores/professores, pais e crianças (independentemente da
idade da criança e da instituição educativa/ensino).
Amélia de Jesus Marchão (IPPortalegre |
A escola como espaço de
aprendizagem e como organização envolve um conjunto diferenciado
de atores que, de diferentes modos, contribuem para o incremento
da relação entre as crianças e os saberes, entre as crianças e
diferentes tipos de conhecimentos. E nesta relação entre a
escola-criança-conhecimentos, a aprendizagem não se realiza
apenas no contexto da sala de aula, ou no contexto da escola,
mas em diferentes tipos e modos experienciais que estão para
além da escola e dos saberes escolares. Por outro lado, o
envolvimento das famílias na escola e nas aprendizagens das
crianças apresenta-se como um fator determinante na criação de
condições para a prossecução do trabalho relacionado com os
saberes escolares, em particular no apoio técnico, científico e
afetivo, e que de diferentes modos contribuem para o sucesso
escolar dos seus educandos. Contudo, nem sempre o envolvimento
dos pais na educação bem como a sua participação na vida da
escola, atendendo aos vários tipos de constrangimentos, se
apresenta pensada e estruturada como um elemento estratégico
nesta relação escola-crianças-aprendizagens.
Neste contexto, importa
reolhar para o envolvimento da família na escola tendo em
consideração a confluência de três fatores principais. Um
primeiro fator é a urgência da criação de condições, do ponto de
vista laboral e legal, que permitam às famílias, pais e
encarregados de educação, terem disponibilidade para uma maior
participação na vida da escola e dos seus educandos, em
particular até que as crianças possuam um maior grau de
autonomia em termos pessoais e em termos cognitivos. Um segundo
fator prende-se com os modos como as escolas estão organizadas,
quer em termos formais quer informais, que nem sempre potenciam
um maior envolvimento e participação das famílias na organização
escolar e nas tomadas de decisão relacionadas com o currículo e
as aprendizagens. Ou, pelo menos, em determinados tipos de
decisões. Isto conduz a que na maioria dos casos o espaço
familiar e as famílias sejam como que uma espécie de “delegação
da escola no que respeita a trabalhos escolares”. Um terceiro
fator, no cruzamento dos dois anteriores, está relacionado com a
necessidade cada vez mais urgente que os projetos educativos das
escolas vejam as famílias, e a participação dos pais e
encarregados de educação como parceiras que desenvolvem um
trabalho complementar com a instituição escola e, nessa
perspetiva, incluí-las como agentes proactivas na ação educativa
escolar e não como agentes passivos que são chamados à
instituição para as reuniões de notas ou quando há problemas
disciplinares. Como diz um provérbio africano “para educar uma
criança é preciso toda a aldeia”, e a escola não pode continuar
isolada na sua torre de marfim atribuindo responsabilidades às
famílias para questões que não são da sua natureza. Daí a
importância estratégica desta parceria e complementaridade, da
articulação dos saberes escolares com os saberes familiares e
experienciais como elementos determinantes para que a
participação dos pais e encarregados de educação seja potenciada
e valorizada.
António Vasconcelos (IPSetúbal) |
A família e a escola são contextos sociais da máxima
relevância no desenvolvimento e aprendizagem de
todas as crianças e adolescentes, não só pelo facto
de se constituírem nos seus sistemas imediatos ou
contextos em que se movem e vivem diariamente, mas
também por, na sua interação recíproca, afirmarem-se
como ferramenta ímpar na promoção da equidade e
sucesso educativo (e.g. Aqeduto, CNE, & FFMS, 2016;
Benner, Boyle, & Sadler, 2016; CNE, 2015; DGEEC,
2016a,b; Wang, Deng, & Yang, 2016). Com efeito, o
valor que a família assume na aprendizagem e no
sucesso educativo é tão precioso quanto
preponderante é o impacto que a escola e a
comunidade educativa exercem no combate ao fenómeno
da reprodução social das desigualdades sociais,
culturais e económicas das famílias (Bourdieu &
Coleman, 1991). Porque a escola pode harmonizar as
experiências de aprendizagem dos jovens e esbater as
desigualdades sociais do País, porque a família,
além da escola, pode contribuir para a resposta às
ambições, interesses pessoais, capacidades e
potencial dos seus educandos, apoiar os mais jovens
é responsabilidade de todos e de cada um de nós. Num
mundo dominado por inovadores avanços tecnológicos,
importa reconhecer os dispositivos mais
transformadores do presente e do futuro da
sociedade: a família, a escola e a relação escola-família.
Referências
Aqeduto, Conselho Nacional de Educação, & Fundação
Francisco Manuel dos Santos. (2016). Aqeduto:
Avaliação, qualidade e equidade da educação. Lisboa:
Autor. Recuperado de
www.aqeduto.pt
Benner, A. D., Boyle, A. E., & Sadler, S. (2016).
Parental involvement and adolescents’ educational
success: The roles of prior achievement and
socioeconomic status. Journal of Youth and
Adolescence, 45(6), 1053-1064.
doi:10.1007/s10964-016-0431-4
Bourdieu, P., & Coleman, J. S. (Eds.). (1991). Social
theory for a changing society. New York: Westview
Press & Russell Sage Foundation.
Conselho Nacional de Educação. (2015). O estado da
educação 2015. Lisboa: Autor.
Direção Geral de Estatísticas da Educação e Ciência.
(2016a). Desigualdades económicas e resultados
escolares: 2.º ciclo do ensino público geral.
Lisboa: Autor.
Direção Geral de Estatísticas da Educação e Ciência.
(2016b). Desigualdades económicas e resultados
escolares: 3.º ciclo do ensino público geral.
Lisboa: Autor.
Wang, Y. Deng, C., & Yang, X. (2016). Family economic
status and parental involvement: Influences of
parental expectation and perceived barriers. School
Psychology International, 37(5), 536–553.
doi:10.1177/0143034316667646
Gina C. Lemos (IPSetúbal)
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Com estes contributos e olhares de
diversos intervenientes da comunidade educativa, conseguimos perceber que o
ponto comum entre todos é a importância da participação das famílias como
forma de melhorar as aprendizagens na construção de uma melhor escola. Neste
sentido Bona (2017) refere que,
temos de abrir janelas, é preciso
derrubar muros para que a sociedade entre na escola e a escola e a sala de
aula se embrenhem na sociedade. As portas das escolas têm de estar abertas
não só para as crianças entrarem, mas também para que as suas ideias saiam e
transformem o mundo. (p. 111)
Na nossa perspetiva, é necessário
que não se abram apenas as portas das escolas, mas que se alterem os
próprios contextos educativos de uma forma mais democrática e inclusiva, de
modo a fomentar a envolvência de outros atores na reconstrução de uma escola
adequada ao século XXI para alunos do século XXI.
Para alcançar este desígnio, como
nos diz Lima (2017), urge derrubar também as “paredes metafóricas, que
insistem em manter pais, professores, diretores de escola e outros
intervenientes no processo educativo afastados, lutando quando deveriam
cooperar” (p. 227).
E é neste ambiente de escola aberta
que se promove a consciência das diferenças entre escola e família e, quando
tal acontece, pais e professores “buscam modos de agir complementares,
acontece articulação, cooperação”, como nos referem Pacheco e Pacheco (2013,
p. 117). Autores que vivenciam esta experiência de forma única e a relatam
num cenário que para a maioria parece ser utópico, mas que é bastante real e
tão possível como o que se pode observar na Escola da Ponte, onde os pais
não são tidos apenas como parceiros da escola, mas assumem uma dimensão
ainda mais importante, “a escola é parceira dos pais” (Pacheco & Pacheco,
2017, p. 139).
Com esta reflexão, pretendemos
ilustrar que criticar por si só não provoca mudança. O mais relevante é, de
facto, a ação. É através desta que o envolvimento acontece. Temos, pois, de
evidenciar as boas práticas que acontecem nas nossas escolas através da
motivação e implicação de todos os intervenientes educativos, porque, mais
uma vez, sublinhamos que no centro da relação escola/família está o aluno,
sendo este a principal prioridade e atenção de todos os que estão à sua
volta.
Referências bibliográficas
Araújo, M. S. (2015). Família,
escola e sucesso escolar. Lisboa: Coisas de Ler.
Bona, C. (2017). A nova educação: O
professor que está a revolucionar a escola. Carnaxide: Objectiva.
Costa, C. D., & Cravo, A. (2016).
Emoções e sociedade: Estratégias facilitadoras para contexto escolar e
familiar. Lisboa: Plátano.
Francis Howell School District.
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Lima, R. (2017). A escola que temos
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(2013). A Escola da Ponte sob múltiplos olhares: Palavras de educadores,
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Pacheco, J., & Pacheco, M. F.
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Serrano, O. (2016). Construir
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Silva, P. (2003). Escola-família,
uma relação armadilhada: Interculturalidade e relações de poder. Porto:
Afrontamento.
[1] II Encontro Distrital
CPCJ/EPIS – Educação e Envolvimento Familiar – Missão (im)Possível?,
Instituto
Politécnico de Setúbal,
Setúbal, 10 fev. 2017.
[2] Rede Nacional de
Escolas de Parceria